segunda-feira, 31 de março de 2014

Mario Vargas Llosa

Leitura













Mario Vargas Llosa

Jorge Mario Vargas Llosa, primeiro Marquês de Vargas Llosa nasceu em Arequipa em 28 de março de 1936. É um escritor, jornalista, ensaísta e político peruano, ganhador do Nobel de Literatura de 2010.
Nascido em uma família de classe média, seus pais separaram-se após cinco meses de casamento. Com isto o menino não conheceu o pai até os dez anos de idade.

Em 1946 muda-se para Lima e então conhece seu pai. Os pais reconciliam-se e, durante sua adolescência, a família continuará vivendo ali.

Ao completar 14 anos, ingressa, por vontade paterna, no Colégio Militar. Essa experiência será o tema do seu primeiro livro - La ciudad y los perros ("A cidade e os cachorros", em tradução livre), publicado no Brasil como "Batismo de Fogo" e, posteriormente, como A cidade e os cachorros.

Em 1958 recebe uma bolsa de estudos "Javier Prado" a vai para a Espanha, onde obtém doutorado em Filosofia e Letras. Após isso vai para a França, onde vive durante alguns anos.

Em 1980 começa a ter maiores atividades políticas. Em 1983 preside comissão que investiga o assassinato de oito jornalistas. Em 1987 inicia o movimento político liberal contra a estatização da economia, o que ia de encontro ao presidente Alan García. Em 1990 concorre à presidência do país com a Frente Demócrata (FREDEMO), partido de centro-direita, vencendo o primeiro turno já no segundo, perde a eleição para Alberto Fujimori.

Após isso, retorna a Londres e reinicia suas atividades literárias.

Ganhou o prémio Nobel da literatura em 2010.

Algumas de suas principais obras são:
Conversa na catedral (1969)
A Guerra do Fim do Mundo (1981)
Travessuras da Menina Má (2006)
Sabres e Utopias (2009)

Abaixo trecho de Os Chefes, o primeiro livro de Mario Vargas Llosa.


Os chefes

Javier se adiantou por um segundo:

- Apito! - gritou, já de pé.

A tensão se quebrou, violentamente, como uma explosão. Todos estávamos em pé: o doutor Abásalo tinha a boca aberta. Ficava vermelho, apertando os punhos. Quando, recuperando-se, levantava a mão e parecia prestes a começar um sermão, o apito tocou de verdade. Saímos correndo estrepitosamente, enlouquecidos, insuflados pelo grasnido de corvo de Amaya, que avançava virando carteiras.

O pátio estava sacudido pelos gritos. Os do quarto e do terceiro anos tinham saído antes, formavam um grande círculo que balançava sob a poeira. Quase junto conosco, entraram os do primeiro e do segundo; traziam outras frases agressivas, mais ódio. O círculo cresceu. A indignação era unânime no ginásio. (O primário tinha um pátio pequeno, de mosaicos azuis, na ala oposta do colégio.)

- O serrano quer nos ferrar.
- Sim. Que desgraçado.

Ninguém falava das provas finais. O brilho das pupilas, as vociferações, o escândalo indicavam que tinha chegado a hora de enfrentar o diretor. De repente deixei de fazer esforço para me controlar e comecei a percorrer febrilmente os grupos: 'Ferra a gente e nós ficamos quietos?' 'Precisamos fazer alguma coisa.' 'Precisamos dar o troco.'

Uma mão férrea me tirou do centro do círculo.

- Você não --disse Javier. - Não se meta. Vai acabar sendo expulso. Você sabe muito bem.

- Agora não me importo. Ele vai me pagar por todas. É a minha chance, não está vendo? Vamos entrar em forma.

Em voz baixa fomos repetindo pelo pátio, de ouvido em ouvido: 'formem filas', 'vamos formar, rápido'.

- Formemos filas! --o vozeirão de Raygada vibrou no ar sufocante da manhã.

Muitos, ao mesmo tempo, fizeram coro:

- Formar! Formar!

Os inspetores Gallardo e Romero viram então, surpresos, que de repente o bulício diminuía e as filas se organizavam antes de terminar o recreio. Estavam encostados na parede, ao lado da sala de professores, à nossa frente, e nos olhavam nervosos. Depois se entreolharam. Na porta tinham aparecido alguns professores; também estavam surpresos.

O inspetor Gallardo se aproximou:

- Ouçam! --gritou, desconcertado. - Ainda não...

- Cale-se --respondeu alguém, do fundo. - Cale a boca, Gallardo, veado!

Gallardo ficou pálido. Com passos largos, com gesto ameaçador, invadiu as filas. Às suas costas, vários gritavam: 'Gallardo, veado!'"
(...)

(postagem 121)

sexta-feira, 28 de março de 2014

Como pedalar com a sua família! (continuação)

Bike














Como pedalar com a sua família! (continuação)

No blog do dia 17 de março iniciamos uma conversa sobre como pedalar em família. Tratamos de algumas dicas bacanas, como limitar, planejar, parar, etc. Hoje vamos continuar esse assunto com mais algumas dicas importantes, mas não se esqueça, o assunto é o mesmo, portanto caso não tenha visto o início, ou tenha esquecido, volte até o dia 17/03 e depois continue daqui. Boa leitura.


Ref.: http://www.euvoudebike.com/2014/03/como-pedalar-com-a-sua-familia/

Continuando as dicas:

Rotas “off-road” são ideais quando os seus filhos já pedalam suas próprias bicicletas. Estes caminhos podem estar até mesmo dentro de parques de sua cidade, tornando o passeio bem rico e variado. Só evite as grandes subidas e descidas, que podem acarretar cansaço ou mesmo acidentes.

Não superestime. Seja qual for o caminho que você escolher, não superestime o quão rápido ou quão longe sua família pode pedalar. Calcule uma velocidade média de 8 a 13 km/h, e inclua as paradas em seu cálculo. De posse destas informações, você pode estimar sua rota em termos de distância, lembrando também de prestar atenção na altimetria (relevo: subidas e descidas) do trajeto. Lembre-se de sempre nivelar “para baixo” suas expectativas, para evitar problemas de cansaço e perda de interesse do grupo.

Preparação pré- viagem “Vamos parar? Meu bumbum está doendo!” Você com certeza não quer ouvir isso. Portanto, inicialmente verifique se todos estão com as vestimentas adequadas, se possível com roupas técnicas de ciclismo, principalmente aquelas famigeradas bermudas de lycra com “almofada” entre as pernas, que ajudam em muito a diminuir o desconforto no bumbum. Verifique também a posição do ciclista sobre a bicicleta com relação ao guidão, pedias e selim. Veja aqui  mais informações sobre o assunto.

Verificar estado de funcionamento d as bicicletas. Certifique-se de que todas as bicicletas estão em bom estado de funcionamento, verificando-as pelo menos na noite anterior – ou mais cedo, para evitar surpresas desagradáveis. Verifique se os pneus estão inflados corretamente, se todos os parafusos das partes móveis (rodas, guidão, pedais e demais partes) estão bem apertados, e se os freios e as engrenagens funcionam bem. Se você deixar para fazer este “check list” antes de sair, as crianças certamente se cansarão e podem se rebelar, estragando assim o passeio.

Equipamentos de segurança individual. Lembre-se também dos equipamentos de segurança individual, tais como capacete, óculos de proteção e luvas. E no caso de transporte de crianças em sua própria bicicleta através de “cadeirinhas” apropriadas, verifique se a mesma está bem presa e ajustada a altura e peso de seu filho.

Cuidados com a bagagem. Como ciclista mais forte e experiente, você deve carregar toda bagagem – desde as jaquetas e demais itens de vestuário, até o kit de ferramentas e itens do piquenique. Distribua bem sua bagagem, e se possível, tenha cestos ou alforges de fácil acesso instalado em sua bicicleta, evitando mochilas. Assim quem transporta a carga é a bicicleta, e não você.

Não saia de casa sem:

- Abundância de bebidas! Água em garrafas de bicicleta é sempre  melhor, pois além de matar a sede, ela também pode ser usada para lavar as mãos ou a arrefecer o rosto.

- Barras de cereais , frutas, biscoitos, e guloseimas sem muita gordura e de fácil digestão. Sanduíches de peito de peru e queijo divididos em pequenos pedaços são altamente recomendáveis!

- Camadas extras de roupas! Jaquetas do tipo “corta vento”, casacos impermeáveis, e calças são bem aceitáveis, pois as vezes as condições climáticas mudam de repente e podem nos pegar literalmente de “calças curtas”!

- Roupas sobressalentes sempre, principalmente para as crianças!

- Kit de ferramentas para manutenções rápidas, bomba de pneus, kit de reparos de furos e câmara de ar reserva. O ideal são aqueles “canivetes” próprios para bike.

- Kit de “primeiros socorros”. Band-Aids, creme anti-séptico, analgésicos, bronzeadores com alto fator de protetor solar, lenços umedecidos e demais medicações de uso constante.

- Telefone celular e, principalmente,

- Distrações para as crianças, por exemplo bola de tênis, e bonequinhos do tipo “action figure”.
E, acima de tudo, leve seu espírito esportivo e todo seu clima de diversão!


(postagem 120)

quarta-feira, 26 de março de 2014

Renato Russo

Música














Renato Russo

Renato Russo nome artístico de Renato Manfredini Júnior nasceu no Rio de Janeiro em 27 de março de 1960 (morreu em 11 de outubro de 1996) foi um cantor e compositor brasileiro, célebre por ter sido o vocalista e fundador da banda de rock Legião Urbana. Antes de fundar o grupo, Renato integrou o grupo musical Aborto Elétrico, do qual saiu devido às constantes brigas que havia entre ele e o baterista Fê Lemos.

Renato conheceu Fê Lemos numa festa em 1978 e tinham em comum gosto pelo Punk Rock inglês e americano, ficaram amigos e começaram uma banda, o Aborto Elétrico. Porém logo quando estavam ganhando certa fama no circuito punk de Brasília, Fê e Renato brigaram e a banda se separou. Renato continuou como O Trovador Solitário no qual cantava e tocava um violão de 12 cordas sozinho, mas depois formou uma banda com Marcelo Bonfá na bateria que mais tarde com Dado Villa-Lobos e Renato Rocha formaram o Legião Urbana.

Suas principais influências eram as bandas de post punk que surgiram na época, especificamente, Renato Russo se espelhava no trabalho de Robert Smith, vocalista do The Cure e especialmente Morrissey que era vocalista da banda The Smiths.

 À frente da Legião, que contou com o baixista Renato Rocha entre 1984 e 1989, Renato Russo atingiu o auge de sua carreira como músico, criando uma relação com os fãs que chegava a ser messiânica (alguns adoravam o cantor como se fosse um deus).

Renato teve como seus principais sucessos as musicas: Faroeste Caboclo; Pais e Filhos; Que País é Esse; Eduardo e Mônica; Geração Coca-Cola; Tempo Perdido; Eu Sei, entre outros.

Renato morreu devido as complicações causadas pela AIDS em 11 de outubro de 1996, na época com 36 anos. Como integrante da Legião Urbana, Russo lançou oito álbuns de estúdio, cinco álbuns ao vivo, alguns lançados postumamente, e diversos singles, escritos em sua maioria pelo próprio.

Em outubro de 2008, a revista Rolling Stone promoveu a Lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira, onde Renato Russo ocupa o 25° lugar.

Vamos ler e ouvir um de seus sucessos.

Tempo perdido

Todos os dias quando acordo,
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo.

Todos os dias antes de dormir,
Lembro e esqueço como foi o dia
"Sempre em frente,
Não temos tempo a perder".

Nosso suor sagrado
É bem mais belo que esse sangue amargo
E tão sério
E selvagem,
Selvagem;
Selvagem.

Veja o sol dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega é da cor dos teus
Olhos: castanhos.
Então me abraça forte e,
Me diz mais uma vez
Que já estamos distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo,
Temos nosso próprio tempo,
Temos nosso próprio tempo.

Não tenho medo do escuro,
Mas deixe as luzes acesas agora,
O que foi escondido é o que se escondeu,
E o que foi prometido,
Ninguém prometeu.

Nem foi tempo perdido;
Somos tão jovens,
Tão jovens,
Tão jovens.




Ouvir












http://www.youtube.com/watch?v=4ADf5yQd6MI


(postagem 119)

segunda-feira, 24 de março de 2014

Sete maneiras de afundar delicadamente o seu plano de Gerenciamento da Qualidade

Qualidade














Sete maneiras de afundar delicadamente o seu plano de Gerenciamento da Qualidade


http://www.apostilasdaqualidade.com.br/sete-maneiras-de-afundar-delicadamente-o-seu-plano-de-gerenciamento-da-qualidade/


Existem mil maneiras de você — especialmente você, o Presidente da empresa — fazer com que um Plano de Gerenciamento da Qualidade não dê certo. As mais eficientes são as seguintes:

- Tratar o Plano de Gerenciamento da Qualidade  como um “programa a mais”.

Isto é um grande erro. Programas de redução de despesas, desburocratização ou produtividade normalmente visam objetivos cosméticos conjunturais.   De fato, eles estão mais para “campanhas” do que para ”programas” ou, menos ainda, “planos”. O Gerenciamento da Qualidade, entretanto, traz no seu bojo a instalação de uma nova filosofia de trabalho, capaz de tornar a organização visceralmente competitiva. E se não é isso mesmo que você está querendo, então é melhor ir à praia plantar bananeira!

- Considerar que o pleno envolvimento da alta direção da empresa no programa é dispensável.

Não é. Para os empregados se disporem a agir com qualidade, aqueles que os dirigem precisam demonstrar  que também sabem fazer isto dando o exemplo. E lembre-se quanto à motivação pela Qualidade, o seu envolvimento visível vale mais do que dez consultorias  remuneradas em dólar.

- Exigir do Programa de Gerenciamento da   Qualidade ganhos econômicos significativos em   curto prazo.

Isso é uma ingenuidade, filha de nosso secular   imediatismo. Apenas a conscientização e a educação   dos empregados, para não falar da sua própria (e das   dos seus colaboradores diretos) consumirão uns dois anos. Você precisa entender o quanto antes que o programa em pauta é um investimento de longo prazo   que, se apressado afoitamente, pode virar despesa —   e a fundo perdido.

-  Pressupor que os conceitos subjacentes ao   Gerenciamento da Qualidade são simpáticos aos empregados em geral e aos integrantes da linha de comando, em particular.

De fato, isto ocorre no início do Programa, quando os   leigos ficam fascinados com o lirismo do kaisen, a   abnegação dos Círculos de Controle de Qualidade e a   pureza da Imperatriz Ito. Porém, logo os empregados descobrem que agir com qualidade obriga-los-á a ficar   o tempo inteiro quebrando a cabeça para descobrir como fazer melhor as coisas… eventualmente, pelo   mesmo salário. Ao tempo em que passam a recear que,   havendo tanta gente repensando as coisas, ocorrerá a alguém em algum momento repensá-los a eles! Enfim, é próprio do ser humano resistir ferozmente à mudança   — quanto mais a uma mudança radical na filosofia do   trabalho.

-  Centrar o Programa de Gerenciamento da   Qualidade exclusivamente na área de produção.

Isso costuma ocorrer com frequência porque é nesse   território que a massa de engenheiros por metro   quadrado é mais densa e onde as técnicas nipônicas de  administração de estoques tem maior aplicação. Mas há também grandes oportunidades (econômicas) de   ganho em qualidade numa compra estratégica   bem- feita, num Cliente bem atendido no pós venda,   num relatório financeiro sendo distribuído em tempo às pessoas certas. Às vezes, nem cem engenheiros   sugando a fábrica 24 horas por dia durante um ano   conseguiriam ganhos equivalentes!

-  Enfatizar a implantação de técnicas de   administração da produção ou de solução de   problemas, subestimando o envolvimento de   todas as pessoas na organização.

Gerente brasileiro tem mania de prática. O sujeito   abomina teoria ou qualquer coisa que não possa ser aprendida em dez minutos e com funcionamento   garantido. Assim, fazer gráficos de processo, calcular redução de estoques ou dimensionar o custo da Não-Qualidade são aspectos do programa que possuem   um grande apelo para ele. Não caia nessa. Em última   instância, o que vai fazer a diferença entre o sucesso ou o fracasso da mudança de filosofia que se pretende   é gente. Muita gente entusiasmada, acreditando e   disposta a ir além dos seus próprios limites. E você não  precisa de engenheiros, nem de cálculos para atingir esse estado de graça, mas de idéias e de líderes.

-  Imaginar que o Programa de Gerenciamento da   Qualidade vai andar sozinho, impulsionado apenas   pelo entusiasmo das    pessoas com o desenrolar   dos acontecimentos.

Simplesmente impossível. Nada desse tamanho e   importância funciona assim. Nem estatal no Nordeste.   Portanto, disponha-se a trabalhar feito um condenado   para que todos os seus colaboradores trabalhem idem em prol do sucesso do plano. Menos do que isso não   serve.
Nos últimos anos, com tanto plano-de-qualquer-coisa   sendo lançado a esmo no interior das organizações, as   pessoas desenvolveram uma extraordinária capacidade  de reação. Ou, se preferir, de destruição de novas   idéias. No começo, o objetivo era defender-se das   possíveis mudanças; no presente, porém, passou-se à   ofensiva: as mudanças são destruídas como a aviação   árabe costuma sê-lo de tempos em tempos, ou seja,   em terra. No ensejo, mimetizados entre gerentes,   secretárias, operadores e office-boys, os atacantes   recorrem às mais diversas técnicas de adulação,  agressão, simulação, etc. Nisso eles já ficaram bons e   dispensam sua ajuda. Evite, então facilitar-lhes as   coisas agindo das sete maneiras mencionadas  anteriormente.


(postagem 118)

sexta-feira, 21 de março de 2014

Minha primeira corrida: 21 km

Caminhada / Corrida













Minha primeira corrida: 21 km

Vamos hoje fechar um ciclo iniciado no dia 24 de janeiro com o blog “Minha primeira corrida: 5 km”, continuou no dia 09 de março com o blog “Minha primeira corrida: 10 km” e hoje culmina com a meia maratona, 21 km.

Você que já foi iniciante, partiu da caminhada para se aventurar na primeira corrida que provavelmente foi de 5 km, tomou gosto e coragem, partindo para a corrida mais usual dentro das corridas de rua que é a distância de 10 km, provavelmente está sentindo aquela “coceirinha” pedindo desafios maiores.
Pode ser, mas também pode não ser!
Sinta suas limitações e faça o que te faz bem. De qualquer maneira, se tua opção for partir para os 21 km aqui vão algumas dicas importantes.


Ref.: http://o2porminuto.ativo.com/corrida-de-rua/materia/minha-primeira-corrida--21-km

Supere a barreira da meia-maratona com muito treino e dedicação

 Os treinos longos são importantíssimos para quem mira os 21 km

A corrida já é parte da vida de uma pessoa que cogita a possibilidade de participar de uma meia-maratona. 
São 21 km para serem percorridos – mais do que o dobro dos 10 km, tão frequentes nos treinos. 
A preparação é muito importante para garantir a saúde e o êxito do atleta ao final da prova. “Siga os treinos à risca e as chances de se dar bem em uma meia aumentam”, comenta Aulus Sellmer, diretor técnico da assessoria esportiva 4any1, em São Paulo.

O treinador dá algumas sugestões para que sua estreia nos 21 km seja um sucesso:

1. Treinamento cada vez mais sério

Quanto maior a distância que o corredor deseja enfrentar, mais preparado ele precisa estar. Por isso, os treinos se tornam cada vez mais importantes. “Esteja preparado para a prova que vai encarar”, ressalta Sellmer. “Evite perder treinos, tanto aeróbicos, quanto anaeróbicos”. O descanso também é parte da preparação.

2. Tempo certo para os 10 km

“Quando um homem consegue bater os 10 km em 60 minutos e uma mulher em 70, o caminho para a meia-maratona é mais curto”, afirma o treinador. Com uma boa preparação, Sellmer acredita que de três a quatro meses são suficientes para participar de uma prova de 21 km. Nesse caso, o acompanhamento de um educador físico pode ajudar.

3. Longões importantes

Os treinamentos longos são fundamentais para quem mira os 21 km. “Através deles, iremos adquirir a capacidade aeróbia, responsável pela resistência e manutenção de um ritmo correto para essa distância”, esclarece. Treinos de menos potência aeróbica ajudam os atletas que estão mirando sua primeira meia-maratona.

4. Adquira experiência

Correr provas em outras distâncias – 5, 10 e, principalmente, 15 ou 16 km – pode servir de ensaio para a grande estreia nos 21 km. “Após participar de uma corrida de 15 km, por exemplo, em dois meses de treinamento, o atleta já pode encarar a meia.”


(postagem 117)

quarta-feira, 19 de março de 2014

13 Maneiras de Destruir a Criatividade e o Processo de Inovação

Gestão












13 Maneiras de Destruir a Criatividade e o Processo de Inovação

Equipe de publicidade e design é um excelente exemplo de equipe de criação, portanto algumas dicas dadas para eles podem ser muito úteis para um gestor (independente da área) que precisa de uma equipe criativa. Vamos aprender um pouco, sair da caixinha.

http://inovaqui.com.br/2013/13-maneiras-de-destruir-criatividade-e-o-processo-de-inovacao/


Estava um dia desses na minha aula final de “Técnicas de Síntese em Design”, incrivelmente elaborada por Peter Zapf, e me deparo com uma situação interessante, que na minha cabeça de designer saiu mais ou menos assim: “13 maneiras de destruir tudo aquilo que você fez até agora e querer esganar seus colegas.”

Esses ensinamentos foram criados por Frank Sonnenberg, autor de “Managing with a Conscience”, “It’s The Thought That Counts”, dentre outros.

Sim, nós designers (vale também para outros profissionais) estamos sempre usando todas as ferramentas de prototipagem para gerar a ideia que será a solução do universo. Entretanto, esquecemos que o processo será árduo e dolorido. Afinal, nada como uma ideia pulando igual pipoca na sua cabeça e a equipe querendo tomar passos menores… ou passo nenhum… Frustrante? Não mais.

Pela primeira vez, algo me ensinou o que não fazer ou no que não me transformar. Os bons líderes já devem ter parte desse ensinamento resolvido, porém nem todos os egos da equipe estão. Vamos salvar o time e a ideia?

Eis os “Matadores de Criatividade”:

1. Mantendo tudo no escuro.

“Não gostei… Não consigo te explicar o porquê, mas não gostei.”

“Eu sei exatamente o que quero, mas não sei explicar. Quando eu descobrir eu te falo.”

Algumas pessoas adoram fazer isso, criticar por criticar. Toda crítica é sempre bem vinda, mas para dar certo, que tal uma regrinha? Toda crítica deve vir acompanhada de uma solução. Se a pessoa não consegue se explicar em 1 minuto, a crítica é descartada.

 2. Ditadores.

“Eis minha ideia! Execute-a!”

“Aqui está minha ideia, cadê a sua?”

Patrões normalmente são assim. Se esse é o caso, ele não está pronto para mudanças.

3. Tempo de execução irreal.

“É só uma página. Não deve demorar mais de uma hora para ser desenvolvida.”

“Eu sei que não há motivos para postergar isso para amanhã. Mas eu quero.”

Antes de qualquer reunião, seja de criação ou desenvolvimento, é bom colocar uma agenda de tarefas em local visível e todos devem estar de acordo.

4. Procrastinação.

“Nós realmente queremos sugestões. Mas não é nossa culpa senão temos tempo para executá-las.”

“Acho que é isso. Errr… Só mais uma correção no rascunho #13…”

Esse é o tipo de ocorrência que se vê uma equipe de criação. Existem infinitas variações para a mesma ideia. E com essas, se faz uma faculdade de filosofia. Aprenda a dizer não. :)

5. Formalidades e Protocolos.

“Coloque por escrito.”

“Esteja certo que suas ideias estejam dentro de nosso formato.”

“Não faça perguntas, apenas siga as normas.”

Esse é outro exemplo que a empresa ou a liderança não está pronta para mudanças.

6. Burocracia.

“É uma ótima ideia, agora só pegue os outros dez “okeys” com assinatura e a gente fecha.”

Esse é o que chamo de processo pegadinha. Não mude nada até a última assinatura. Lembre-se, a última é a mais importante.

7. Desencorajando novas ideias.

“Eu não vou ter tempo de encontrá-lo. Então porque você não me manda por correio?”

“Eu pessoalmente não o faria… Mas tenta você!”

“Não me venha com ideias, apenas faça o seu trabalho.”

Momento turbo de ser inovador: mande num Carro de Mensagens! Tente você, sim! E sim, esse é seu trabalho, continue e mostre para outra pessoa.

8. Processo de Avaliação.

“Prefiro, ao invés de te dar um feedback, terminar tudo sozinho.”

Isso é mais normal do que se imagina. Um diálogo é sempre interessante. Afinal, você faz parte do processo e merece crédito por isso.

9. Incentivos.

“Para que dizer obrigado? É o trabalho dele, não é?”

Pessoas rabugentas estão em todo Planeta Terra. Continue a sorrir.

10. O medo do fracasso.

“Mesmo você tendo me deixado na mão da última vez, vou te dar uma outra chance.”

“Você aposta seu emprego nisso?”

Confie no seu taco e aposte alto em suas ideias. Faz parte da vida se arriscar.

11. Politicagem.

“O que seu chefe achou?”

“Será que minha ideia vai ofender alguém?”

Gregos, troianos e sua mãe, sempre estarão insatisfeitos. Não se preocupe tanto. A equipe gostou? É o que importa.

12. Resistente a mudanças.

“Se é uma ideia tão incrível, por que você não pensou nisso antes?”

“Olha, nunca fizemos dessa forma.”

Esse é o perfil daquele que quer inovar mas não quer perder controle do que acontece na empresa. Converse com carinho sobre o que é inovação.

13. O Sistema de castas.

“Por que deveria te dar ouvidos? Você nem é o especialista na área.”

Isso não virá de chefe, mas sim de colegas. Jogo de cintura nessas horas é fundamental. Lembre-se: “Exatamente, e é por isso que estou aqui.


(postagem 116)

segunda-feira, 17 de março de 2014

Como pedalar com a sua família!

Bike













Como pedalar com a sua família!

Vamos iniciar hoje e finalizar no blog do dia 28 de março essa conversa sobre uma das melhores utilidades que se pode dar para sua "magrela": um passeio em família. A bike tem muitas utilidades e todos os amantes desse veículo sabem disso, mas nada como pegar sua magrela, juntar as tralhas da família toda e sair por aí se exercitando e se divertindo. Mas sempre com segurança e sem esquecer de detalhes importantes para não transformar seu divertimento em "mico". É para alertá-los desses detalhes que vamos iniciar hoje essa conversa.

Ref.: http://www.euvoudebike.com/2014/03/como-pedalar-com-a-sua-familia/

Pedalar em família é uma grande diversão. Trata-se de um tempo precioso juntos, desfrutando de ar fresco e fazendo exercício.

E por isso as ciclo faixas de lazer são um sucesso de público. Em São Paulo chega a ter mais de 150.000 frequentadores por domingo!

E o segredo para que esta atividade funcione bem é, literalmente, “pensar pequeno”.

Você deve limitar a distância a percorrer não em quilômetros, e sim em tempo, procurando realizar seu passeio entre uma ou duas horas, incluindo as paradas. Foque no proveito que seus filhos terão no passeio, e não somente no ato de pedalar, ou seja, pense nesta atividade como um passeio com seus filhos onde a bicicleta é uma das atividades, e não a única (e se você não conseguir pensar e agir assim, melhor pedalar sozinho!)

Planeje parar constantemente! Se houver uma pequena praça ou um parque com equipamentos infantis no seu caminho, isto pode revigorar e entreter muito as crianças pequenas. Um agradável café, uma lanchonete ou bar pode ser ideal para famílias mais adultas. Inclusive você pode até planejar um piquenique durante seu trajeto!

Pare assim que perceber cansaço nas crianças! Normalmente as crianças menores precisam de mais paciência com elas do que de muito entretenimento. E como o objetivo é passear e se divertir, lembre-se que na bicicleta você pode parar quando quiser. Então pare assim que perceber cansaço nelas, e procure pedalar em velocidade baixa, destacando para as crianças algo interessante nas paisagens do trajeto.

A meta deve ser agradar as crianças! Se os seus filhos aproveitarem o passeio, você também vai aproveitar. Então procure agradá-los! Muitas vezes as crianças estão muito mais interessadas no sorvete que elas vão tomar do que no cenário agradável. Um passeio prejudicado pelo mau tempo pode ser salvo por uma guloseima surpresa em alguma padaria.

Planeje sempre a sua rota!  Você pode pesquisar e planejar a rota de seu passeio em websites e guias impressos. Se puder, tenha também a mão um mapa impresso em grande escala. Assim você pode não apenas traçar a sua rota com antecedência, como também usar o mapa para eventuais atalhos. E, se alguém estiver ficando cansado, o mapa ajuda você a mostrar a localização do grupo e dizer: “Olha, estamos quase lá. O almoço é logo depois desta rua”!. Você pode obter estes mapas junto ao órgão de turismo de sua cidade, ou mesmo imprimí-los a partir de websites.

Conferira a rota sozinho antecipadamente. Mesmo com um bom mapa em mãos, se possível, conferira a rota sozinho pedalando-a de antemão. Assim você saberá o que esperar com um nível de detalhe que nenhum mapa ou guia vai te proporcionar. Desta forma você saberá previamente onde fica o café mais agradável, o parque mais interessante para um piquenique ou mesmo o local mais apropriado para uma parada estratégica. E este conhecimento pode ser inestimável.

Procure ruas sem trânsito. Se não houver ciclovias ou ciclofaixas de lazer reservadas em sua cidade, procure sempre pedalar por ruas sem trânsito, mesmo que elas tornem seu percurso mais longo. Estas ruas não só favorecem sua segurança, como também são bem menos barulhentas do que as grandes vias, favorecendo inclusive a comunicação entre o grupo.

Tem mais dicas. Só que vamos voltar a falar delas no blog do dia 28 de março. Abraços.


(postagem 115)

sexta-feira, 14 de março de 2014

Carlos Heitor Cony

Leitura













Carlos Heitor Cony

Ele já "passou por esse blog", mas como somos muito fãs do Cony e hoje é aniversário dele, vamos falar mais um pouquinho desse escritor carioca.

Carlos Heitor Cony nasceu no Rio de Janeiro em 14 de março de 1926, fez humanidades e curso de filosofia no Seminário de São José. Estreou na literatura ganhando por duas vezes consecutivas o Prêmio Manuel Antônio de Almeida (em 1957 e 1958) com os romances “A Verdade de Cada Dia” e “Tijolo de Segurança”.

Cony trabalha na imprensa desde 1952, inicialmente no Jornal do Brasil, mais tarde no Correio da Manhã, do qual foi redator, cronista e editor.

Depois de várias prisões políticas durante a ditadura militar e de um período no exterior, entrou para o grupo Manchete, no qual lançou a revista Ele e Ela e dirigiu as revistas Desfile e Fatos&Fotos.

Atualmente, é colunista da Folha de S.Paulo, comentarista da rádio CBN.

Como diretor da teledramaturgia da Rede Manchete, apresentou os projetos e as sinopses das novelas “A Marquesa de Santos”, “Dona Beija” e “Kananga do Japão”.

Em 1998, o governo francês, no Salão do Livro, em Paris, condecorou-o com a L'Ordre des Arts et des Lettres.

Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em março de 2000. “O Ventre” romance de estréia de Cony fez em 2008 cinquenta anos.


O burguês
(Carlos Heitor Cony)

Foi durante a noite que, de repente, ele se fez a pergunta:

— Por que não?

A pergunta finalizava a série de pensamentos que haviam começado horas antes, quando estava no teatro. Fora com a mulher assistir a uma peça de sucesso, com artistas de sucesso, estréia recente e também de sucesso. As duas primeiras noites haviam sido dedicadas à alta sociedade, às classes produtoras, ao Corpo Diplomático, às autoridades constituídas e a penetras de diferentes origens e feitios. Na altura da terceira apresentação, ele chegara em casa e a mulher o intimara:

— É o fim, Figueiredo! Todo mundo já viu a peça, menos nós. Tem de ser hoje.

Uma semana depois, a peça seria suspensa por falta de público, mas naquela terceira noite ele teve de se acotovelar na entrada, discutir com os bilheteiros e terminar sendo explorado por um cambista que lhe vendeu duas péssimas poltronas com ágio pesado e imerecido.

Suportou, lá dentro — e estoicamente — os primeiros momentos da peça, mas ainda em meio ao primeiro ato desanimou de procurar entender o que se passava no palco. Era um drama complicado e palavroso, uma jovem que tinha neurose e amantes, um analista, uma enfermeira lésbica e, presidindo a tudo, um pai severo e asmático. Em suma: um conflito acima de suas possibilidades e de seu interesse.

Quando ia ao cinema, sempre podia dormir quando o filme seguia um rumo surpreendente assim. No escuro o cochilo ficava impune, a mulher nem suspeitava. À saída, ele concordava com a opinião da mulher e conseguiam chegar em casa sãos e salvos. Mas no teatro era difícil o cochilo. Havia luz, e pior que a luz, havia sempre a iminência de algo espantoso, o cenário despencar, a roupa da atriz cair, um ator ter enfarte ou esquecer o texto, um fósforo botar fogo no pano de boca. Tais e tantos atrativos impediam-no de dormir, mas propiciavam discreta dormência, o pensamento solicitado ora pelo calor, ora pela peça, ora ainda pelo pigarro de um velho na platéia, ou pelo sapato um pouco apertado que Ema — a mulher — o obrigara a usar.

Tivera um dia calmo, calmos eram todos os seus dias. A firma, apesar do sócio que era uma toupeira, prosperava. Saúde boa, perspectivas boas. Não tinha motivos para pensar no futuro ou no passado. Sobravam-lhe motivos para dormir no presente, a peça já era um motivo.

A frase, dita por alguém no palco, chamou-o de volta. Ele já contara as pregas do lado direito da cortina que compunha o fundo do cenário, e preparava-se, resignado, pra contar as pregas do lado esquerdo, quando ouviu alguém falar em morte.

Não, não ameaçavam ninguém de morte. O drama do palco era existencial, não continha mortes nem ameaças de. Fora uma frase convencional, assim como "não devemos matar a velha de susto", ou "se a velha souber disso pode morrer".

Matar ou morrer? Não chegava a ser uma opção, nem no palco, nem em sua vida, mas uma série de pensamentos que tinham, ora a sua lógica, ora o seu absurdo, e em ambos os casos, a sua conveniência. Evidente, não pensava nunca em sua própria morte, mas sabia que havia gente que morria e gente que matava. Os que morriam eram os doentes, os suicidas, os atropelados, os assassinos, os passageiros de avião ou da Central do Brasil. Os que matavam eram os criminosos, os ladrões noturnos, os tiranos, os motoristas de ônibus.

Não era agradável pensar em morrer. Logo retirou este elemento de sua opção e ficou apenas com o matar.

Matar o quê? Matar para quê? Na peça, falavam em matar uma velha de susto. Ele não tinha velha nenhuma à vista. A mãe já morrera, as parentas de velhice mais agressiva também já haviam morrido. Havia a sogra, ainda, mas não chegava a ser uma velha, e, além do mais, era uma excelente pessoa.

Se não adiantava matar uma velha, matar o quê?

Matar por matar, amor à arte, eis a questão. Matar para experimentar os nervos, ou para provar a si mesmo do que era capaz. Sim, isso justificava um crime. Mas para provar do que era capaz, não bastaria matar — isso qualquer idiota poderia fazer. Tinha de matar e permanecer impune — para poder se olhar no espelho e se sentir redimido, confiante: sou um caráter!

Foi então que surgiu o problema — que seria, nos próximos dias, o seu problema, o único problema realmente sério de sua vida — como obter o crime perfeito? Matar o porteiro de seu edifício, por exemplo, nunca seria um crime perfeito. Mais cedo ou mais tarde a polícia apertaria os moradores do prédio e ele acabaria confessando. Para matar impunemente teria de escolher um comerciário de Brás de Pina, uma funcionária subalterna que voltasse, tarde da noite, para o Leblon.

Mas seria estúpido matar sem motivo, embora matasse perfeitamente. O crime perfeito, sem lucro pessoal, não lhe interessava, aliás, pensando bem, agora que o primeiro ato terminava, nenhum crime lhe interessava.

Teve coragem para o comentário.

— Uma peça muito profunda!

A mulher não concordou nem discordou. Apenas disse:

— Vamos esperar pelo resto. Acho que vai sair um escândalo!

Foi a vez de ele concordar, embora não suspeitasse que tipo de escândalo estava prestes a estourar. Saiu para o hall circulou entre estranhos, bebeu um gole d'água gelada, sem sede mesmo, só para passar o tempo.

Durante o segundo ato os pensamentos seguiram outro rumo. Surgiu no palco um pastor protestante. Surgiu também um militar reformado que era mudo — e ele começou a pensar em como seria sua vida — e como seria ele mesmo — se não tivesse voz.

Chegou à conclusão e ao fim da peça: poderia manter o mesmo padrão de vida se, por acaso, ficasse sem voz. Era-lhe coisa inútil, espécie de adorno. Para ganhar dinheiro e dormir com a mulher — a voz era dispensável, uma responsabilidade incômoda.

Ao saírem, cumprimentou com a cabeça alguns conhecidos e fez a viagem de volta imaginando-se mudo. Conseguiu chegar em casa sem ter pronunciado uma só palavra — o que não era uma vantagem especial, sempre que iam ou que voltavam de algum lugar, a mulher é quem falava, ele apenas ouvia.

A grande oportunidade para testar a sua disciplina interior foi ao guardar o carro na garagem. Todas as vezes tinha de pedir à mulher que suspendesse o vidro da porta:

— Suspenda o seu vidro, Ema.
Àquela noite, engoliu em seco e esperou que a mulher saísse para, então inclinar-se no banco, com algum esforço para sua espinha já bombardeado por sedimentações calcáreas que prenunciavam um respeitável bico-de-papagaio, e rodar a manivelinha até fechar o vidro.

Na cama, preparado para dormir, a palavra primeiramente, e o conceito depois, retornaram à sua cabeça e às suas preocupações: matar. Há muito não tinha insônia. A firma prosperava, vendia material de escritório aos ministérios militares, era pago em dia, e não faltavam encomendas, tanto Marinha como o Exército e a Aeronáutica — felizmente para ele e para Pátria — gastavam mais em papel timbrado do que em pólvora.

Geralmente, caía duro em cima da cama. De quinze em quinze dias ou de vinte em vinte dias, procurava a mulher para um amor apressado e quase sempre incompleto da parte dela.

Quando percebeu as horas, viu que gastara a noite toda pensando. Tinha disciplina interior feroz e eficiente. Se dormisse até as 9, estaria salvo. Virou para o lado e antes de escorregar definitivamente no sono, teve um pensamento também definitivo:

— "Se não fosse a polícia, eu matava!"


(postagem 114)

quarta-feira, 12 de março de 2014

Sete dicas para obter qualidade no atendimento

Qualidade














Sete dicas para obter qualidade no atendimento

Os novos consumidores estão cada vez mais conscientes de seus direitos e utilizam-se de informações e ferramentas para solucionar seus problemas de maneira mais rápida e eficiente. As empresas que conseguem atender com qualidade seus clientes estão um passo à frente da concorrência.

Não existe uma fórmula mágica para transformar da noite para o dia seus colaboradores em experts em atendimento, mas um bom treinamento certamente ajuda e algumas dicas práticas também são importantes. Entenda e coloque em prática:

Ouvir o cliente

Saber ouvir é indispensável para um bom atendimento e criação de um relacionamento duradouro. Reconhecer e agir em cima das informações passadas garante a oportunidade de saber o que a empresa está fazendo de errado e corrigir, além de ter o cliente mais interessado e menos aborrecido.

Foco e Análise

Quem lida diretamente com o cliente precisa avaliar as prioridades e analisar as principais causas do problema, a fim de identificar a melhor forma de solucioná-las.

Empatia

A empresa que se utiliza da empatia, aumenta a qualidade das relações. A sensibilidade ajuda a compreender o comportamento em determinadas circunstâncias e agir de forma que colabore na tomada de decisões.

Agilidade

Atuar com rapidez também é fundamental para satisfação do cliente, a equipe de atendimento deve ser treinada para criar a capacidade de chegar rapidamente ao objetivo final.

Flexibilidade

Jogo de cintura se faz necessário em algumas situações, às vezes é preciso mudar uma determinada atitude ou forma de falar adaptando-se as necessidades de cada cliente.

Proatividade

Não significa somente tomar a iniciativa, mas possuir colaboradores que assumam a responsabilidade de fazer com que as coisas aconteçam.

Feedback

Obter o feedback dos clientes é fator importantíssimo no processo de melhoria continua de produtos e serviços, bem como deve ser compartilhado e considerado por toda a organização na tomada de decisões.


(postagem 113)

segunda-feira, 10 de março de 2014

Tetê Espíndola

Música














Tetê Espíndola

Teresinha Maria Miranda Espíndola, mais conhecida como Tetê Espíndola nasceu em  Campo Grande no dia 11 de março de 1954.

As características de sua carreira estão na multiplicidade, com incursões pela vanguarda, o pioneirismo regionalista, fusões do acústico com o eletrônico e experimentalismos com pássaros.

Tetê Espíndola, nasceu em uma família bem humilde, mas de forte talento musical. Ouvia Beatles, Jovem Guarda, Janis Joplin e Bossa Nova, que marcaram sua adolescência. A menina pobre que morava no mato sonhava um dia poder cantar e concretizar seu sonho de subir aos palcos.

Começou a desenvolver os dons artísticos entre as sessões de teatro que a mãe e o irmão encenavam em casa, para se divertir, e ouvindo rádio. Sua mãe cantava muito em casa, o que a fascinava, querendo a cada dia ser cantora.

Em 1968, os irmãos Tetê, Geraldo, Celito, Sérgio e Alzira decidiram ganhar dinheiro e trabalhar no que gostavam e assim formaram o grupo LuzAzul e passaram a executar cantorias na estrada que liga Campo Grande a Cuiabá.

Aos 14 anos, Tetê ganhou um festival de música em Campo Grande, com a letra que seu irmão Geraldo escreveu: Sorriso. A partir deste dia, Tetê começou a pensar em seguir carreira em outros estados.

Tetê e os irmãos lançaram em 1978 o álbum Tetê e o Lírio Selvagem, pela gravadora Polygram, trazendo composições próprias dos irmãos, que escreviam as letras.

Em 1980 lançou o disco Piraretã, que marcou o encontro de Tetê com Arrigo Barnabé. Tetê foi a primeira a gravar uma musica dele, Tamarana, em parceria com o Paulo Barnabé.

Em 1985, Tetê vence o Festival dos Festivais da Rede Globo com a canção Escrito nas estrelas, composição do marido Arnaldo Black com Carlos Rennó, que bate recordes de execução e vendagens, dando-lhe o disco de ouro.

Tetê é dona de imensa extensão vocal e um raro timbre de voz agudíssimo. Tetê Espíndola é uma das cantoras mais originais da música brasileira. Seu trabalho incorporou pesquisas de vanguarda realizadas com sons de pássaros, influência de temas regionalistas e fusões do acústico com o eletrônico. Fez muito sucesso em todas as músicas que compôs, especialmente a canção Escrito nas Estrelas.

E é essa canção que veremos abaixo e, em seguida, no link para o vídeo.


Escrito nas Estrelas

Você pra mim foi o sol
De uma noite sem fim
Que acendeu o que sou
E renasceu tudo em mim

Agora eu sei muito bem
Que eu nasci só pra ser
Sua parceira, seu bem
E só morrer de prazer

Caso do acaso
Bem marcado em cartas de tarôt
Meu amor, esse amor
De cartas claras sobre a mesa
É assim
Signo do destino
Que surpresa ele nos preparou
Meu amor, nosso amor
Estava escrito nas estrelas
Tava, sim

Você me deu atenção
E tomou conta de mim
Por isso minha intenção
É prosseguir sempre assim
Pois sem você, meu tesão
Não sei o que eu vou ser
Agora preste atenção
Quero casar com você




Ouvir












http://www.youtube.com/watch?v=sF0KL9ARFs4


(postagem 112)

domingo, 9 de março de 2014

Minha primeira corrida: 10 km

Caminhada / Corrida













Minha primeira corrida: 10 km


Ref.: http://o2porminuto.ativo.com/corrida-de-rua/materia/minha-primeira-corrida--10-km

No post do dia 24 de janeiro passado tratamos de um assunto muito importante para quem está iniciando no mundo da corrida, o corredor que, após sair da inércia começou a caminhar, depois passou a correr alguns metros, se apaixonou por esse “mundo” e resolveu entrar em pequenas competições, iniciando normalmente por corridas de 5 km. Hoje vamos evoluir um pouco mais, vamos chegar aos 10 km: Saiba como você deve se portar na sua estréia em uma distância um pouco maior

Após superar o desafio dos 5 km, os corredores começam a almejar passadas maiores. A prova de 10 km é a segunda barreira que o atleta amador precisa superar. “É importante que a pessoa seja assídua nos treinos e não apenas aquela corredora de fim de semana”, afirma a treinadora Adriana Genioli, diretora técnica da AG Assessoria Esportiva, de Fortaleza (CE).
Veja algumas sugestões que ela preparou para você encarar os seus primeiros 10 km:

1. Segurança nos 5 km

É importante que o atleta esteja correndo os 5 km sem dificuldades. “A experiência em corridas menores fará toda a diferença”, garante Adriana.

2. Treinamento mais sério

Para os 5 km, treinos leves são o suficiente para completar a prova, mas quando a distância dobra, o empenho precisa ser maior. “O corredor deve treinar, pelo menos, três vezes por semana”, diz. “Varie com treinamentos de velocidade, contínuos e longos”. Ela não impõe um período mínimo de preparação. “A individualidade deve ser respeitada, cada pessoa tem seu tempo.”

3. De olho no percurso

Antes de se inscrever na sua primeira corrida de 10 km, verifique o caminho por onde ela passa. “Existem percursos mais planos que tornam a prova mais fácil, porém, há os com subidas, que fazem os 10 km parecerem 15 km”, conta a treinadora.

4. Faça a sua prova

“É preciso conhecer o próprio ritmo, não largar forte e nem acompanhar outros atletas mais rápidos do que você”. Esqueça os outros atletas e corra como planejou desde antes da largada.

5. Não pule etapas

Respeitar a sua evolução é importante para que você não seja um atleta de uma prova só. “Às vezes, as pessoas correm distâncias maiores sem o devido preparo e podem pagar caro com lesões que podem durar meses”. Com uma evolução gradativa e, se possível, com a ajuda de um profissional capacitado, “você será um corredor para sempre.”


(postagem 111)

sábado, 8 de março de 2014

SMED – Single Minute Exchange of Die

Gestão












SMED – Single Minute Exchange of Die


Ref.: http://www.apostilasdaqualidade.com.br/ferramentas/smed-single-minute-exchange-of-die/

SMED – Single Minute Exchange of Die e que no Brasil foi denominada de TRF “troca rápida de ferramentas”. É uma ferramenta elaborada inicialmente por Taiichi Ohno e, mais tarde, consolidada por Shigeo Shingo. É empregado na indústria para reduzir o tempo do processo de setup (preparação de máquinas, equipamentos e linhas de produção). Isto é conseguido através da otimização do processo de reconfiguração das ferramentas e dispositivos de fixação de materiais.

Shigeo Shingo desenvolveu o conceito realizando consultorias para diversas montadoras de automóveis japonesas que queriam eliminar os gargalos das linhas de prensas. Observou que os gargalos eram causados por longos e demorados processos de mudança das prensas que impactavam no tamanho dos lotes produzidos.

O tempo setup num posto de trabalho, não traduz uma operação de valor acrescentado para o produto.

A redução do Single Minute Exchange of Die, produz efeitos imediatos e diretos no aumento do tempo disponível para a produção e na redução do tempo efetivo do ciclo produtivo. Assim sendo, analisa-se um incremento visível na produtividade e ainda uma adaptação nas proporções de produção às flutuações da procura, numa óptica de JIT (Just In Time).

Alguns dos principais problemas observados por Shigeo Shingo, prendiam-se nos tempos denominados de NAV (atividades que não agregam valor a produção) eram elevadas e que o principal motivo era a frequente necessidade de mudança das ferramentas da prensa sempre que se terminava um lote e era necessário começar um novo. Ao analisar o trabalho diário dos operadores, Shigeo Shingo identificou que as operações centravam-se essencialmente em duas categorias:

Internas – montagem e desmontagem que só eram possíveis com a máquina parada;
Externa – transporte entre a área de armazenagem das peças e a máquina, podendo este ser efetuado com a máquina em funcionamento.

Assim sendo, o primeiro passo do SMED, foi referenciado como sendo a definição de processos detalhados, que permitisse que todos os elementos necessários para executar eficaz e eficientemente a mudança de peças na máquina estivessem junto desta no exato momento de conclusão do primeiro lote.

Um segundo passo, centrou-se na análise e readaptação das operações internas em operações externas e uma redefinição das tarefas a serem efetuadas com a máquina parada.

A sequência do procedimento base de mudança de ferramentas:

Etapa 1: Preparação, ajustamento, verificação de matérias-primas, ferramentas, etc. Ou seja, garantir que todos os materiais, tanto matéria-prima como ferramentas associadas à laboração normal e eficiente da máquina, estejam junto desta.

Etapa 2: Montar e desmontar as ferramentas, desmontar a ferramenta anterior e montar a nova necessária ao processo seguinte.

Etapa 3: Medições, ajustes e calibrações.

Etapa 4: Realização de provas de produção, realizar peças teste, consoante os resultados efetuar todos os ajustamentos necessários.

Com a aplicação da TRF, alguns desses benefícios são obtidos, tornando a empresa mais competitiva, podendo ainda ampliar tais benefícios através da implementação de mais melhorias, dado que o mercado exige cada vez mais uma maior eficiência na gestão de seus recursos de produção.


(postagem 110)

sexta-feira, 7 de março de 2014

Gabriel García Márquez

Leitura













Gabriel García Márquez

Gabriel García Márquez, também conhecido por Gabo, nasceu em 6 de março de 1927, na Colômbia. Foi criado por seus avós maternos, que exerceram forte influência nas histórias do autor. Um exemplo são os personagens de Cem Anos de Solidão.

Gabriel estudou em Barranquilla, passou a juventude ouvindo contos das Mil e Uma Noites; sua adolescência foi marcada por livros, em especial A Metamorfose, de Franz Kafka. Ao ler a primeira frase do livro, "Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso", pensou "então eu posso fazer isso com as personagens? Criar situações impossíveis?".

Trabalhou como jornalista, participou de um grupo de escritores para estimular a literatura, correspondente internacional na Europa e nos EUA, mas suas críticas a exilados cubanos e suas ligações com Fidel Castro o fizeram ser perseguido pela CIA e com isso muda-se para o México.

Teve como seu primeiro trabalho o romance "La Hojarasca" publicado em 1955. O escritor colombiano possui obras de ficção e não ficção, tais como Crônica de uma morte anunciada e O Amor nos tempos do cólera. Em 1967 publica Cem Anos de Solidão, livro que narra a história da família Buendía na cidade fictícia de Macondo, desde sua fundação até a sétima geração. Este livro foi considerado um marco da literatura latino-americana e exemplo único do estilo a partir de então denominado "Realismo Fantástico".

Suas novelas e histórias curtas - fusões entre a realidade e a fantasia - o levaram ao Nobel de Literatura em 1982. Em 2002 publicou sua autobiografia Viver para contar, logo após ter sido diagnosticado um câncer linfático.

Abaixo um extrato de um belo conto de Gabriel Garcia Marques.

Um senhor muito velho com umas asas muito grandes
(Gabriel Garcia Marques)

No terceiro dia de chuva tinham matado tantos caranguejos dentro de casa que Pelayo teve de atravessar o seu pátio inundado para atirá‑los ao mar, pois o bebê recém nascido tinha passado a noite com febre e pensava‑se que era por causa da pestilência. O mundo estava triste desde terça‑feira. O céu e o mar eram uma única e mesma coisa de cinza e as areias da praia, que em Março resplandeciam como poeira de luz, tinham‑se transformado numa papa de lodo e mariscos podres. A luz era tão fraca ao meio‑dia que, quando Pelayo regressava a casa depois de ter deitado fora os caranguejos, teve dificuldade em ver o que era que se movia e gemia no fundo do pátio. Teve de aproximar‑se muito, para descobrir que era um homem velho, que estava caído de borco no lodaçal e que, apesar dos seus grandes esforços, não podia levantar‑se, porque lho impediam as suas enormes asas.

Assustado por aquela visão aflitiva, Pelayo correu em busca de Elisenda, sua mulher, que estava a por compressas ao bebê doente, e levou‑a até ao fundo do pátio. Ambos observaram o corpo caído com um silencioso pasmo. Estava vestido como um trapeiro. Não lhe restavam mais do que uns fiapos descoloridos no crânio pelado e pouquíssimos dentes na boca, e essa lastimosa condição de bisavô ensopado tinha‑o desprovido de qualquer grandeza. As suas asas de abutre velho, sujas e meio depenadas, estavam encalhadas para sempre no lodaçal. Tanto o observaram, e com tanta atenção, que Pelayo e Elisenda muito rapidamente se recompuseram do assombro e acabaram por achá‑lo familiar. Então atreveram‑se a falar‑lhe, e ele respondeu‑lhes num dialeto incompreensível, mas com uma boa voz de navegante. Foi por isso que deixaram de preocupar‑se com o inconveniente das asas e chegaram à sensata conclusão de que era um náufrago solitário de algum navio estrangeiro, desfeito pelo temporal. Contudo, chamaram, para que o visse, uma vizinha que sabia todas as coisas da vida e da morte, e a ela chegou‑lhe um olhar para tirá‑los do engano.

‑ É um anjo ‑ disse‑lhes. ‑ Com certeza vinha por causa da criança, mas o desgraçado está tão velho que a chuva o fez cair.

No dia seguinte toda a gente sabia que em casa de Pelayo tinham cativo um anjo de carne e osso. Contra o critério da vizinha sábia, para quem os anjos destes tempos eram sobreviventes fugitivos de uma conspiração celestial, não tinham tido coragem para matá‑lo à paulada. Pelayo esteve toda a tarde a vigiá‑lo, da cozinha, armado com o seu garrote de aguazil, e, antes de deitar‑se, tirou‑o de rastros do lodaçal e fechou‑o com as galinhas no galinheiro alambrado. À meia‑noite, quando terminou a chuva, Pelayo e Elisenda continuavam a matar caranguejos. Pouco depois o menino acordou, sem febre e com desejos de comer. Então sentiram‑se magnânimos e decidiram pôr o anjo numa balsa com água doce e provisões para três dias e abandoná‑lo à sua sorte no mar alto. Mas, quando foram ao pátio com as primeiras claridades, encontraram toda a vizinhança em frente do galinheiro, divertindo‑se com o anjo, sem a menor devoção e a atirar‑lhe coisas para comer pelos buracos dos alambres, como se não se tratasse de uma criatura sobrenatural, mas sim de um animal de circo.
(...)


(postagem 109)