sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Darcy Ribeiro

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Darcy Ribeiro

Darcy Ribeiro nasceu em Minas (26 de outubro de 1922), formou-se em Antropologia em São Paulo (1946) e dedicou seus primeiros anos de vida profissional ao estudo dos índios do Pantanal do Brasil Central e da Amazônia. Neste período fundou o Museu do Índio e criou o Parque Indígena do Xingu. Escreveu uma vasta obra etnográfica e de defesa da causa indígena.

Nos anos seguintes (1955) dedicou-se à educação primária e superior. Criou a Universidade de Brasília e foi Ministro da Educação. Mais tarde foi Ministro-Chefe da Casa Civil e coordenava a implantação das reformas estruturais, quando ocorreu o golpe militar de 64, que o lançou no exílio.

Escreveu vários livros e deixou frases que ficaram famosas e que nos fazem pensar.

Nesse mês de outubro queremos homenagear Darcy Ribeiro com algumas de suas frases marcantes.


> Só há duas opções nesta vida: se resignar ou se indignar. E eu não vou me resignar nunca.

> O Brasil, último país a acabar com a escravidão tem uma perversidade intrínseca na sua herança, que torna a nossa classe dominante enferma de desigualdade, de descaso.

> Trago Minas no peito. Minas me dói, demais, de ser como é. Dói tanto que morro de raiva. O diabo é que, quanto mais odeio, mais me comovo. Deve ser isso que me faz solene quando penso Minas. Mais ainda quando escrevo.

> Mais vale errar se arrebentando do que poupar-se para nada.

> Mestrado é só para mostrar que o sujeito é alfabetizado, pois a metade dos que estão na universidade não sabem ler.

> Fracassei em tudo o que tentei na vida.
Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.
Mas os fracassos são minhas vitórias.
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu

> Nós mineiros nos ufanamos, contentes, de ser gente de altitude. Não somos não. Minas alterosas não tem nenhum morro maior do mundo. Sequer um pico de altura assinalável, tem. Temos é serranias demais. Elas nos cercam por todo lado, tapando horizontes, limitando o mundo e o povo. [...]
Por isso será que andamos atrasados na vida e na história? Defasados. Noutra era, sangrando e criando, nos adiantamos aos outros brasileiros. Tanto, que desde então só recuamos. Minas, tenho certeza, será o último país do mundo a fazer uma revolução para mudar. Fará quantas contra-revoluções se peçam para o mundo permanecer tal qual. Somos gente sólida, confiável. Contente não digo, mas resignada com o que o destino deu, por pouco que seja. Vivemos conformados com o milho dos pintos. Famintos.

> Ultimamente a coisa se tornou mais complexa porque as instituições tradicionais estão perdendo todo o seu poder de controle e de doutrina. A escola não ensina, a igreja não catequiza, os partidos não politizam. O que opera é um monstruoso sistema de comunicação de massa, impondo padrões de consumo inatingíveis e desejos inalcançáveis, aprofundando mais a marginalidade dessas populações

> Urge preveni-los do muito que se poderia fazer, com apoio no saber científico, e do descalabro e pequenez do que se está fazendo

> Presente, passado e futuro? Tolice. Não existem. A vida é uma ponte interminável. Vai-se construindo e destruindo. O que vai ficando para trás com o passado é a morte. O que está vivo vai adiante.

> Viva aceso, olhando e conhecendo o mundo que o rodeia, aprendendo como um índio(...) seja uma índio na sabedoria

> Termino esta minha vida já exausto de viver, mas querendo mais vida, mais amor, mais saber, mais travessuras

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