sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Graciliano Ramos

Leitura













Graciliano Ramos

Nasceu no dia 27 de outubro de 1892, na cidade de Quebrangulo, sertão de Alagoas, filho primogênito dos dezesseis que teriam seus pais. Viveu sua infância nas cidades de Viçosa, Palmeira dos Índios (AL) e Buíque (PE), sob o regime das secas e das surras que lhe eram aplicadas por seu pai, o que o fez alimentar, desde cedo, a idéia de que todas as relações humanas são regidas pela violência.

Em 1904, em Viçosa, Alagoas, Graciliano cria um jornalzinho dedicado às crianças, o "Dilúculo". Posteriormente, redige o jornal "Echo Viçosense", que tinha entre seus redatores seu mentor intelectual, Mário Venâncio.

Em 1909, passa a colaborar com o "Jornal de Alagoas", de Maceió, publicando o soneto "Céptico" sob o pseudônimo de Almeida Cunha.

Em 1914, embarca para o Rio de Janeiro. Nesse ano e parte do ano seguinte, trabalha como revisor de provas tipográficas nos jornais cariocas "Correio da Manhã", "A Tarde" e "O Século". Colaborando com o "Jornal de Alagoas" e com o fluminense "Paraíba do Sul", sob as iniciais R.O. (Ramos de Oliveira). Volta a Palmeira dos Índios, em meados de 1915, onde trabalha como jornalista e comerciante. Casa-se com Maria Augusta Ramos.

Em 1927, é eleito prefeito da cidade de Palmeira dos Índios, cargo no qual é empossado em 1928. Dois anos depois, renuncia ao cargo de prefeito e se muda para a cidade de Maceió, onde é nomeado diretor da Imprensa Oficial. Casa-se com Heloisa Medeiros. Colabora com jornais usando o pseudônimo de Lúcio Guedes.

Demite-se do cargo de diretor da Imprensa Oficial e volta a Palmeira dos Índios, onde funda urna escola no interior da sacristia da igreja Matriz e inicia os primeiros capítulos do romance São Bernardo.

O ano de 1933 marca o lançamento de seu primeiro livro, "Caetés", que já trazia consigo o pessimismo que marcou sua obra. Esse romance Graciliano vinha escrevendo desde 1925.

No ano seguinte, publica "São Bernardo".

Em 1938, publica seu famoso romance "Vidas secas".

Em 1940, freqüenta assiduamente a sede da revista "Diretrizes", junto de Álvaro Moreira, Joel Silveira, José Lins do Rego e outros "conhecidos comunistas e elementos de esquerda", como consta de sua ficha na polícia política.

Publica uma série de crônicas sob o título "Quadros e Costumes do Nordeste" na revista "Política", do Rio de Janeiro.

Filia-se ao Partido Comunista, em 1945, ano em que são lançados "Dois dedos" e o livro de memórias "Infância".

Em 1946, publica "Histórias incompletas", que reúne os contos de "Dois dedos", o conto inédito "Luciana", três capítulos de "Vidas secas" e quatro capítulos de "Infância".

Os contos de "Insônia" são publicados em 1947.

O livro "Infância" é publicado no Uruguai, em 1948.

No janeiro de 1953, é internado na Casa de Saúde e Maternidade S. Vitor, onde vem a falecer, vitimado pelo câncer, no dia 20 de março, às 5:35 horas de uma sexta-feira. É publicado o livro "Memórias do cárcere", que Graciliano não chegou a concluir, tendo ficado sem o capítulo final.

Postumamente, são publicados os seguintes livros: "Viagem", 1954, "Linhas tortas", "Viventes das Alagoas" e "Alexandre e outros heróis", em 1962, e "Cartas", 1980, uma reunião de sua correspondência.


Um Cinturão
(Graciliano Ramos )

As minhas primeiras relações com a justiça foram dolorosas e deixaram-me funda impressão. Eu devia ter quatro ou cinco anos, por aí, e figurei na qualidade de réu. Certamente já me haviam feito representar esse papel, mas ninguém me dera a entender que se tratava de julgamento. Batiam-me porque podiam bater-me, e isto era natural.

Os golpes que recebi antes do caso do cinturão, puramente físicos, desapareciam quando findava a dor. Certa vez minha mãe surrou-me com uma corda nodosa que me pintou as costas de manchas sangrentas. Moído, girando a cabeça com dificuldade, eu distinguia nas costelas grandes lanhos vermelhos. Deitaram-me, enrolaram-me em panos molhados com água de sal — e houve uma discussão na família. Minha avó, que nos visitava, condenou o procedimento da filha e esta afligiu-se. Irritada, ferira-me à toa, em querer. Não guardei ódio a minha mãe: o culpado era o nó. Se não fosse ele, a flagelação me haveria causado menor estrago. E estaria esquecida. A história do cinturão, que veio pouco depois, avivou-a.

Meu pai dormia na rede, armada na sala enorme. Tudo é nebuloso. Paredes extraordinariamente afastadas, rede infinita, os armadores longe, e meu pai acordando, levantando-se de mau humor, batendo com os chinelos no chão, a cara enferrujada. Naturalmente não me lembro da ferrugem, das rugas, da voz áspera, do tempo que ele consumiu rosnando uma exigência. Sei que estava bastante zangado, e isto me trouxe a covardia habitual. Desejei vê-lo dirigir-se a minha mãe e a José Baía, pessoas grandes, que não levavam pancada. Tentei ansiosamente fixar-me nessa esperança frágil. A força de meu pai encontraria resistência e gastar-se-ia em palavras.

Débil e ignorante, incapaz de conversa ou defesa, fui encolher-me num canto, para lá dos caixões verdes. Se o pavor não me segurasse, tentaria escapulir-me: pela porta da frente chegaria ao açude, pela do corredor acharia o pé de turco. Devo ter pensado nisso, imóvel, atrás dos caixões. Só queria que minha mãe, sinhá Leopoldina, Amaro e José Baía surgissem de repente, me livrassem daquele perigo.

Ninguém veio, meu pai me descobriu acocorado e sem fôlego, colado ao muro, e arrancou-me dali violentamente, reclamando um cinturão. Onde estava o cinturão? Eu não sabia, mas era difícil explicar-me: atrapalhava-me, gaguejava, embrutecido, sem atinar com o motivo da raiva. Os modos brutais, coléricos, atavam-me; os sons duros morriam, desprovidos de significação.

Não consigo reproduzir toda a cena. Juntando vagas lembranças dela a fatos que se deram depois, imagino os berros de meu pai, a zanga terrível, a minha tremura infeliz. Provavelmente fui sacudido. O assombro gelava-me o sangue, escancarava-me os olhos.

Onde estava o cinturão? Impossível responder. Ainda que tivesse escondido o infame objeto, emudeceria, tão apavorado me achava. Situações deste gênero constituíram as maiores torturas da minha infância, e as conseqüências delas me acompanharam.

O homem não me perguntava se eu tinha guardado a miserável correia: ordenava que a entregasse imediatamente. Os seus gritos me entravam na cabeça, nunca ninguém se esgoelou de semelhante maneira.

Onde estava o cinturão? Hoje não posso ouvir uma pessoa falar alto. O coração bate-me forte, desanima, como se fosse parar, a voz emperra, a vista escurece, uma cólera doida agita coisas adormecidas cá dentro. A horrível sensação de que me furam os tímpanos com pontas de ferro.

Onde estava o cinturão? A pergunta repisada ficou-me na lembrança: parece que foi pregada a martelo.

A fúria louca ia aumentar, causar-me sério desgosto. Conservar-me-ia ali desmaiado, encolhido, movendo os dedos frios, os beiços trêmulos e silenciosos. Se o moleque José ou um cachorro entrasse na sala, talvez as pancadas se transferissem. O moleque e os cachorros eram inocentes, mas não se tratava disto. Responsabilizando qualquer deles, meu pai me esqueceria, deixar-me-ia fugir, esconder-me na beira do açude ou no quintal.

Minha mãe, José Baía, Amaro, sinhá Leopoldina, o moleque e os cachorros da fazenda abandonaram-me. Aperto na garganta, a casa a girar, o meu corpo a cair lento, voando, abelhas de todos os cortiços enchendo-me os ouvidos — e, nesse zunzum, a pergunta medonha. Náusea, sono. Onde estava o cinturão? Dormir muito, atrás dos caixões, livre do martírio.

Havia uma neblina, e não percebi direito os movimentos de meu pai. Não o vi aproximar-se do torno e pegar o chicote. A mão cabeluda prendeu-me, arrastou-me para o meio da sala, a folha de couro fustigou-me as costas. Uivos, alarido inútil, estertor. Já então eu devia saber que rogos e adulações exasperavam o algoz. Nenhum socorro. José Baía, meu amigo, era um pobre-diabo.

Achava-me num deserto. A casa escura, triste; as pessoas tristes. Penso com horror nesse ermo, recordo-me de cemitérios e de ruínas mal-assombradas. Cerravam-se as portas e as janelas, do teto negro pendiam teias de aranha. Nos quartos lúgubres minha irmãzinha engatinhava, começava a aprendizagem dolorosa.

Junto de mim, um homem furioso, segurando-me um braço, açoitando-me. Talvez as vergastadas não fossem muito fortes: comparadas ao que senti depois, quando me ensinaram a carta de A B C, valiam pouco. Certamente o meu choro, os saltos, as tentativas para rodopiar na sala como carrapeta, eram menos um sinal de dor que a explosão do medo reprimido. Estivera sem bulir, quase sem respirar. Agora esvaziava os pulmões, movia-me, num desespero.

O suplício durou bastante, mas, por muito prolongado que tenha sido, não igualava a mortificação da fase preparatória: o olho duro a magnetizar-me, os gestos ameaçadores, a voz rouca a mastigar uma interrogação incompreensível.

Solto, fui enroscar-me perto dos caixões, coçar as pisaduras, engolir soluços, gemer baixinho e embalar-me com os gemidos. Antes de adormecer, cansado, vi meu pai dirigir-se à rede, afastar as varandas, sentar-se e logo se levantar, agarrando uma tira de sola, o maldito cinturão, a que desprendera a fivela quando se deitara. Resmungou e entrou a passear agitado. Tive a impressão de que ia falar-me: baixou a cabeça, a cara enrugada serenou, os olhos esmoreceram, procuraram o refúgio onde me abatia, aniquilado.

Pareceu-me que a figura imponente minguava — e a minha desgraça diminuiu. Se meu pai se tivesse chegado a mim, eu o teria recebido sem o arrepio que a presença dele sempre me deu. Não se aproximou: conservou-se longe, rondando, inquieto. Depois se afastou.

Sozinho, vi-o de novo cruel e forte, soprando, espumando. E ali permaneci, miúdo, insignificante, tão insignificante e miúdo como as aranhas que trabalhavam na telha negra.

Foi esse o primeiro contato que tive com a justiça.

(postagem 200)

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Cicloturismo

Bike













Cicloturismo

Fonte: http://www.escoladebicicleta.com.br

Cicloturismo é a melhor e mais tranqüila face de todas as opções oferecidas pela bicicleta. Pode ser um curto pedalar pela estradinha calma que liga o campo à cidade, ou uma longa e difícil viagem detalhadamente planejada. Sempre representa um prazer especial.

O ciclista se encontra com cores, formas, cheiros, sons, natureza, detalhes e mais detalhes da paisagem. A bicicleta permite que o ambiente seja vivenciado. Já, na velocidade de qualquer veículo motorizado tudo vai passando, ficando para trás.

Não é necessário ser um ciclista experiente para fazer cicloturismo. Qualquer um pode fazê-lo. Basta ir com calma, respeitar os próprios limites, beber água e alimentar-se na hora certa e assim vencer pouco a pouco a distância.

No cicloturismo há sempre uma sensação de aventura, retorno à infância, mistura de liberdade e molecagem sadia. É um escapar da mesmice. Bicicletas são simples e revelam que a vida pode ser muito simples. Permitem uma viagem relativamente rápida e ainda assim relaxada; e a um preço muito, muito baixo.

E os problemas? Cansou? Quer voltar? Pegue uma carona ou enfia a bicicleta num ônibus. Quebrou a bicicleta? É fácil encontrar quem conserte bicicletas. Onde você vai dormir não tem garagem? Enfia a bicicleta dentro do quarto.

Há regras e limites, como para tudo. No cicloturismo é respeitar Leis de trânsito e meio ambiente, além e principalmente, respeitar as regras do bom senso e da boa convivência. Enfim, no cicloturismo até os problemas são simples de resolver.

Escolha a sua forma de cicloturismo e divirta-se.

A melhor viagem que fiz na vida foi quando saí de casa para uma simples pedalada, com a única idéia de diminuir as tensões, e acabei voltando quatro dias depois.

Bem distante de casa, tive o cuidado de avisar o meu pessoal e pronto. Estava vestido com roupa de ciclismo, óculos e capacete. Portava a carteira e o cartão.

Era só eu e minha bicicleta de estrada, mais água, uma câmara reserva, três espátulas e a bomba de pneu; e só.

Encontrei local simples e simpático para dormir. Comprei shorts e camiseta bem baratos, e lavei a roupa de ciclismo à noite. Durante o dia saía para pedalar nos arredores. Parava para almoçar prato feito.

Simples e maravilhosos dias!

(postagem 199)

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Fagner

Música














Fagner

Raimundo Fagner Cândido Lopes, cearense de Orós, aos 5 anos ganhou um concurso infantil na rádio local. Na adolescência formou grupos musicais vocais e instrumentais e começou a compor suas próprias músicas.

Venceu em 1968 o IV Festival de Música Popular do Ceará com a música "Nada Sou", parceria sua e de Marcus Francisco. Tornou-se popular no estado e juntou-se a outros compositores cearenses como Belchior, Rodger Rogério, Ednardo e Ricardo Bezerra.

Mudou-se para Brasília em 1971, classificando-se em primeiro lugar no Festival de Música Popular do Centro de Estudos Universitários de Brasília com "Mucuripe" (com Belchior). Ainda em 71 foi para o Rio de Janeiro, onde Elis Regina gravou "Mucuripe", que se tornou o primeiro sucesso de Fagner como compositor e também como cantor, pois gravou a mesma música em um compacto da série Disco de Bolso, que tinha, do outro lado, Caetano Veloso interpretando "Asa Branca".

O primeiro LP, "Manera, Fru-fru, Manera", veio em 1973 pela Philips, incluindo "Canteiros", um de seus maiores sucessos, música sobre poesia de Cecília Meireles. Mais tarde fez a trilha sonora do filme "Joana, a Francesa", que o levou à França, onde teve aulas de violão flamenco e canto.

De volta ao Brasil, lança outros LPs na segunda metade dos anos 70, combinando um repertório romântico a partir de "Raimundo Fagner", de 1976, com a linha nordestina de seu trabalho. Ao mesmo tempo grava músicas de sambistas, como "Sinal Fechado", de Paulinho da Viola.

Outros trabalhos, como "Orós", disco que teve arranjos e direção musical de Hermeto Pascoal, demonstram uma atitude mais vanguardista e menos preocupada com o sucesso comercial.

Nas décadas de 80 e 90 seus discos se dividem entre o romântico e o nordestino, incluindo canções em trilhas de novelas e tornando Fagner um cantor conhecido em todo o país, intérprete e compositor de enormes sucessos, como "Ave Noturna" (com Cacá Diegues), "Astro Vagabundo" (com Fausto Lindo), "Última Mentira" (com Capinam), "Asa Partida" (com Abel Silva), "Corda de Aço" (com Clodô), "Cavalo Ferro" (com Ricardo Bezerra), "Fracassos", "Revelação" (Clodô/ Clésio) "Pensamento", "Guerreiro Menino" (Gonzaguinha), "Deslizes" (Sullivan/ Massadas) e "Borbulhas de Amor".

Vamos ouvir Fagner?


Canteiros 
(Fagner e Cecilia Meireles)

Quando penso em você fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa, menos a felicidade
Correm os meus dedos longos
Em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
Já me dá contentamento

Pode ser até manhã, cedo, claro, feito dia
Mas nada do que me dizem me faz sentir alegria

Eu só queria ter do mato
Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza

E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza
E deixemos de coisa, cuidemos da vida,
Pois se não chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço sem ter visto a vida

Eu só queria ter do mato
Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza

E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza
E deixemos de coisa, cuidemos da vida,
Pois se não chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço sem ter visto a vida


Ouvir












https://www.youtube.com/watch?v=7qLUki3_2Ak

(postagem 198)

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

6 Dicas para ganhar mais velocidade em ações estratégicas!

Qualidade














6 Dicas para ganhar mais velocidade em ações estratégicas!


No último post sobre qualidade falamos em ser “mais rápido, mas sem pressa”. Vamos continuar nesse tema, falando um pouco mais sobre velocidade nas ações.

Fonte: http://www.blogdaqualidade.com.br/


1 – Equalize diferenças individuais de tempo e propósito

Toda organização quer ser ágil, sem dúvida, porém, demora-se muito para decidir. Mas por que? Cada pessoa na organização tem seu próprio conceito de pontualidade, urgência, prioridade e tolerância, e muitas vezes a soma desses conceitos individuais se transforma na cultura onde briga-se para ver quem tem a decisão mais ”legal”, ou seja, “decidir pelo ego”, onde cada pessoa coloca a frente de qualquer decisão os seus próprios interesses de carreiras, recompensas, entre outros motivos, formando com o tempo um “conversa muito e faz pouco”. Ou até quando as pessoas estão mais preocupadas com as situações periféricas do que com as questões centrais, gerando um desperdício enorme de tempo.

2 – Conversas demais não eliminarão as incertezas

O tempo investido em ações é que vai gerar resultados direto, e isso não quer dizer que não se pode trocar ideias e buscar experiências para benchmarking, mas que você tem outras opções, como por exemplo realizar testes e/ou simulações. As vezes ficamos tão presos em detalhes e o que é realmente importante a gente não discute, trazendo mais lentidão para o processo.

3 – Velocidade significa não se paralisar

Movimentar-se é manter uma postura empreendedora que não precisa estar só na liderança, mas em toda organização em diversos níveis hierárquicos. São pessoas que tem a postura de fazer acontecer, que corre atrás dos recursos necessários e foca nas atividades certas para gerar resultados.

4 – Erradicando procrastinação e imobilismo através de líderes empreendedores

Transformar ideias em realidade pode ser um dos desafios determinantes na qualidade dos resultados. A pior situação é aquela que tudo se limita em argumentações e nem se começa agir, ou seja, as ações ficam cativas nas conversações. Embora pareça algo normal na cultura geral, há exemplos de tendências procrastinas erradicadas através de líderes que injetaram valores pró-ação. Às vezes uma pergunta como “por que não agora?” fará todos pensarem no que é necessário para realmente agir, onde uma ação vai puxar outra criando elos para as coisas acontecerem de fato.

5 – Pressa é inimiga da perfeição, mas velocidade é qualidade.

Ao confundir pressa com velocidade a gente encontra uma desculpa para desvincular velocidade e qualidade. Quando se fala de velocidade falamos de produzir muito em pouco tempo, ou seja, aumentar a produtividade. O tempo não pode ser visto como um inimigo mecânico que reduz a possibilidade de se fazer ações com excelência, a prioridade sempre será a qualidade de atenção e de energia criativa com foco na ação para gerar resultado.

Quantidade pode até ser dependente do tempo, mas qualidade é um fator interdependente do tempo, ou seja, velocidade é qualidade. Para auxiliar nessa ação, você pode viabilizar a eficiência da capacidade humana através de ferramentas estratégicas.

6 – Foco no que pode dar certo

Não há nada mais paralisador que uma equipe que pensa excessivamente em erros do passado, e gera-se uma cultura de medo. Motivação embasada em medo e erros anteriores reduz percepção e sabota a criatividade. Imagine que um plantador após semear a planta, arrancasse a mesma constantemente do solo para o desenvolvimento de suas raízes.

Você deve sempre implantar mecanismos para acompanhar resultados, e sim, você tem que estar preparado para o que pode dar errado, mas deve estar ciente que replanejar uma ação não é pecado. A motivação se renova a medida em que se vai pra frente! É preciso energia máxima em fazer acontecer para gerar a cultura de o que pode dar certo de uma ideia e por que pode dar certo, concentrando-se nos pontos fortes das pessoas e da organização.

(postagem 197)

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Bê-a-Bá do corredor - Parte 2

Corridas e Caminhadas














Bê-a-Bá do corredor
Parte 2

Para quem começou agora, veja esse dicionário com os termos mais utilizados na corrida. Estamos fazendo a postagem em três etapas, iniciamos com o post do dia 24 de setembro, prosseguindo com o post de hoje e finalizaremos dia 31 de outubro. Boa leitura e bom proveito.

A corrida possui um vocabulário específico, e não saber algumas palavras pode deixar um atleta “boiando” nas conversas durante os treinos e provas, ou sem entender uma instrução do seu treinador.

Para acabar com qualquer dúvida reunimos em um pequeno dicionário os principais bordões utilizados nas ruas do Brasil.

Educativos: são exercícios de saltos e elevação dos joelhos que contribuem para melhorar a coordenação, a postura, a eficiência e a economia na execução dos movimentos da corrida. Podem ser usados como parte do aquecimento.

Endorfina: substância produzida pelo cérebro em resposta à atividade física, com intenção de dar prazer e despertar a sensação de euforia e bem-estar.

Ergometria: teste de esforço realizado em uma esteira ou bicicleta ergométrica para medir o esforço físico e os efeitos fisiológicos do exercício.

Escala de Borg: escala em que o corredor usa sua percepção para saber a intensidade de esforço durante o exercício. A tabela mais usada é: 0 - repouso; 1 - muito leve; 4 - leve; 6 - moderado; 8 -intenso; 10 - exaustivo.

Estar no caixote: expressão utilizada em alguns Estados brasileiros, refere-se ao momento da largada em que os corredores ficam cercados por outros atletas mais lentos e não conseguem imprimir o ritmo desejado desde o início.

Estiramento muscular: uma das lesões mais comuns entre os corredores. As fibras musculares se rompem porque é exigida uma força além do que elas podem gerar. Costuma acontecer por falta de aquecimento, esforço excessivo ou fadiga.

Exercício físico: é uma atividade física planeja e estruturada, com o intuito de melhorar ou manter o condicionamento físico.

Exercício aeróbio: tipo de exercício em que a energia utilizada é gerada pela queima de oxigênio. Deve ser realizado em uma intensidade baixa ou moderada, e pode ser mantido por um longo período.

Exercício anaeróbio: tipo de exercício em que a energia utilizada independe do oxigênio. É uma atividade de curta duração e alta intensidade, que libera mais ácido lático do que o corpo pode eliminar. Isso provoca a o cansaço.

Fartlek: tipo de treino em que o corredor alterna ritmos fortes e leves a cada determinado espaço de tempo ou distância, mas sem fazer intervalos.

FC Máx: sigla de “frequência cardíaca máxima”. Determina o limite que os batimentos do coração podem chegar com segurança durante o exercício físico. Pode ser obtida pelo teste ergoespirométrico ou estimada por fórmulas matemáticas.

Frequência basal : é a frequência cardíaca em repouso. Seu aumento é um indicador de cansaço.

Gasto calórico: aponta quantas calorias o corpo gasta durante um determinado tempo de exercício.

Glicogênio muscular r: é o principal combustível do corpo durante a prática de atividades físicas. É estocado no organismo com a ingestão de alimentos ricos em carboidratos.

Hidratação: é a reposição de líquidos no organismo.

Hipertrofia muscular: é o aumento da massa muscular em resposta ao treinamento de força.

Índice de massa corporal : é a relação do peso (kg) sobre a altura (m), e indica se uma pessoa adulta está obesa, acima do peso, ou abaixo do considerado saudável.

Intervalado: também conhecido como treino de tiro, tem como principal finalidade melhorar a resistência ao ácido lático e a velocidade do corredor. Nele o atleta corre em alta intensidade durante um determinado espaço de tempo ou distância e faz um intervalo, que pode ser uma pausa, uma caminhada ou uma corrida leve, entre uma repetição e outra.

Jogger: pessoa que pratica a corrida apenas por prazer, bem-estar ou para perder peso, sem se preocupar com o desempenho.

Limiar: é a frequência em que ocorrem mudanças cardíacas que alteram a fonte de energia usada pelo corpo.

Limiar aeróbio (L1): faixa de frequência cardíaca em que o atleta passa a fazer o exercício aeróbio.

Limiar anaeróbio (L2): faixa de frequência cardíaca em que o atleta passa a fazer o exercício anaeróbio.

Longão: tipo de treino em que o principal objetivo é percorrer longas distâncias em um ritmo constante. Geralmente é realizado aos fins de semana.


(postagem 196)

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Lean na Gestão Pública: O caso Melbourne

Gestão













Lean na Gestão Pública: O caso Melbourne

Por: José Roberto Ferro

Fonte: http://epocanegocios.globo.com/


COMO UM JEITO DIFERENTE DE GOVERNAR COLOCOU A CIDADE AUSTRALIANA NO TOPO DA LISTA DAS MELHORES PARA SE VIVER

A cidade de Melbourne, na Austrália, foi escolhida como a melhor cidade para se viver, mantendo-se nessa posição nos últimos quatro anos.

Essa escolha baseou-se em trabalho realizado pela organização de pesquisa da revista "The Economist". Foram avaliadas 140 cidades em todo o mundo a partir de parâmetros, como cultura e ambiente, estabilidade, educação, saúde e infraestrutura, que permitiram definir as cidades com melhores condições de vida.

Melbourne é a segunda maior cidade da Austrália, com 4,5 milhões de habitantes, e capital do Estado de Vitoria. Fundada em 1847, tem uma governança local dividida entre o governo estadual e várias cidades que compõem a zona metropolitana. A figura do prefeito é essencialmente decorativa, e os gestores são profissionais.

Os bons indicadores de Melbourne são conseguidos a partir de uma gestão capacitada e definições políticas do governo estadual e das câmaras municipais que se preocupam com as questões de transporte público, estradas principais, controle do trânsito, segurança, educação acima da pré-escola, saúde e planejamento dos principais projetos de infraestrutura.

Há cerca de cinco anos, a cidade tem passado por um esforço de transformação usando os princípios lean (“enxutos”) e vem aplicando os métodos, práticas e conceitos da filosofia lean de gestão nos principais fluxos de valor do governo municipal para tornar as coisas mais rápidas, melhores e mais baratas para os cidadãos e colaboradores.

Uma nova CEO (ou presidente) assumiu a gestão da cidade em 2008 com a promessa de aumentar a qualidade e a eficiência dos serviços públicos. Médica com experiência na aplicação dos princípios lean na saúde, diretriz de praticamente todo o sistema de saúde do país, quis levar esses conhecimentos acumulados para a gestão local.

O propósito é claro: apoiar a organização a entregar mais valor sob a forma de mais e melhores serviços em resposta à demanda crescente da população, sempre buscando a melhor utilização possível dos recursos já existentes.

Dezenas de fluxos de valor foram melhorados desde o apoio a cidadãos que solicitam documentos, serviços aos turistas, processamento de autorizações, melhoria da gestão de parques, novas práticas nas bibliotecas, sistema de avaliação do valor das propriedades, atividades básicas de saúde e educação, entre outras e várias atividades dos serviços municipais.

Os resultados têm sido a oferta de cada vez mais serviços na medida em que se liberou capacidade de trabalho, melhor qualidade desses serviços e maior satisfação dos colaboradores, mostrando que só é possível essas mudanças ocorrerem se houver o engajamento dos líderes e colaboradores na gestão dos serviços públicos.

Tem havido um esforço recente no sentido de criar lideranças que estimulem um novo modo de pensar crítico que perceba que, por mais progresso que já se tenha feito, ainda há muitas oportunidades de melhoria, sempre tendo como perspectiva os cidadãos. Ou seja, preocupa-se agora em criar uma cultura capaz de continuamente melhorar os processos, independentemente dos ciclos políticos.

Ano após ano, temos testemunhado o poder transformador de a filosofia lean passar da indústria, em seus variados setores, para as atividades de serviços. E temos certeza de que será também capaz de transformar a administração pública.

Vamos ver cada vez mais cidades e governos em todo o mundo procurando usar o sistema lean para transformar a gestão e trazer resultados substancialmente melhores, como a experiência de Melbourne mostra.

As cidades do Brasil estão muito longe das principais posições nesse ranking de melhores cidades para se viver. E estão longe de usar algumas técnicas básicas de gestão. Quanto mais as práticas lean.

Mas o nível de insatisfação com a péssima qualidade e extensão dos serviços públicos é tamanho que cremos ser inevitável uma mudança profunda na gestão.

Uma reforma política que: altere a necessidade de apoios de múltiplos partidos para ganhar eleições; gerencie dando partes da administração e dos recursos financeiros públicos a partidos (cujos interesses não são exatamente os mesmos dos cidadãos); e providencie uma redução de impostos, obrigando a uma maior eficiência, são alguns dos pré-requisitos para uma gestão mais profissional e eficaz que há de ocorrer.

O que faz uma cidade boa para se viver é resultado de boas práticas de gestão.

(postagem 195)

domingo, 5 de outubro de 2014

Fernando Sabino

Leitura














Fernando Sabino

Nascido em Belo Horizonte no dia 12 de outubro de 1923, o escritor e cronista Fernando Tavares Sabino era o último vivo do quarteto mineiro de escritores integrado por Hélio Pellegrino (1924-88), Otto Lara Resende (1922-92) e Paulo Mendes Campos (1922-91). Essa amizade inspirou Sabino a escrever "O Encontro Marcado" (1956), seu livro de maior sucesso.

Além de "O Encontro Marcado", suas principais obras foram "O Homem Nu" (1960), "O Menino no Espelho" (1982) e "O Grande Mentecapto" (1979), que deu a Sabino o Prêmio Jabuti.

Aos 17 anos, ao decidir ser gramático, escreveu uma crítica sobre o dicionário de Laudelino Freire no jornal "Mensagem", e publicou também artigos literários em "O Diário", ambos em Minas Gerais.

No início da década de 1940, começou a cursar a Faculdade de Direito e ingressou no jornalismo como redator da "Folha de Minas". Seu primeiro livro de contos, "Os Grilos não Cantam Mais", foi publicado em 1941, no Rio.

Em 1944, muda-se para o Rio de Janeiro e torna-se colaborador regular do jornal "Correio da Manhã", do Rio, onde conhece Vinicius de Moraes, de quem se tornaria amigo.

Depois de se formar em Direito na Faculdade Federal do Rio de Janeiro em 1946 viaja com Vinicius de Moraes aos Estados Unidos, morando por dois anos em Nova York, onde trabalha no Escritório Comercial do Brasil e no Consulado Brasileiro.

Em 1947, envia crônicas para serem publicadas em jornais como "Diário Carioca" e "O Jornal", do Rio, que são reproduzidas em vários veículos do Brasil. Começa a produzir os livros "Ponto de Partida" e "Movimentos Simulados" que, apesar de não serem concluídos, serão aproveitados em "O Encontro Marcado".

"O Encontro Marcado", uma de suas obras mais conhecidas, é lançada em 1956, ganhando edições até no exterior, além de ser adaptada para o teatro.

Sabino decide, em 1957, viver exclusivamente com escritor e jornalista. Inicia uma produção diária de crônicas para o "Jornal do Brasil", escrevendo mensalmente também para a revista "Senhor".

Em 1960, o escritor publica o livro "O Homem Nu" na Editora do Autor, fundada por ele, Rubem Braga e Walter Acosta.

Entre final dos anos 60 e início dos 70, viaja para diversas partes do mundo como correspondente de veículos brasileiros, produzindo reportagens sobre países como Alemanha, Portugal, Itália, França, Inglaterra, Estados Unidos e Argentina.

Termina o romance "O Grande Mentecapto" em 1979, iniciado mais de 30 anos antes. A obra, que lhe rendeu o Prêmio Jabuti, acabaria sendo adaptada para o cinema e o teatro anos depois.

Em 1991, lançou o livro "Zélia, uma Paixão", biografia autorizada de Zélia Cardoso de Mello, ministra da Economia do governo Fernando Collor (1990-92), trabalho que o autor se recusava a comentar. Acreditava ter sido vítima de hostilidade por causa dele.

Em julho de 1999, recebe da Academia Brasileira de Letras o prêmio "Machado de Assis" pelo conjunto de sua obra.

Publica em 2004 o romance "Os Movimentos Simulados", da editora Record, totalizando uma produção literária de mais de quatro dezenas de obras em 80 anos de vida.

Um dia antes de completar 81 anos, morre no dia 11 de outubro de 2004 vítima de câncer no fígado. O escritor lutava contra a doença desde 2002.

O corpo de Sabino foi sepultado ao som de canções de jazz, tradicionais em funerais de Nova Orleans (EUA), na manhã do dia 12 de outubro, no cemitério São João Baptista, em Botafogo, zona sul do Rio.

Vamos ler um conto de Fernando Sabino.


A mulher do vizinho
(Fernando Sabino)

Contaram-me que na rua onde mora (ou morava) um conhecido e antipático general de nosso Exército morava (ou mora) também um sueco cujos filhos passavam o dia jogando futebol com bola de meia. Ora, às vezes acontecia cair a bola no carro do general e um dia o general acabou perdendo a paciência, pediu ao delegado do bairro para dar um jeito nos filhos do sueco.

O delegado resolveu passar uma chamada no homem, e intimou-o a comparecer à delegacia.

O sueco era tímido, meio descuidado no vestir e pelo aspecto não parecia ser um importante industrial, dono de grande fabrica de papel (ou coisa parecida), que realmente ele era. Obedecendo a ordem recebida, compareceu em companhia da mulher à delegacia e ouviu calado tudo o que o delegado tinha a dizer-lhe. O delegado tinha a dizer-lhe o seguinte:

— O senhor pensa que só porque o deixaram morar neste país pode logo ir fazendo o que quer? Nunca ouviu falar numa coisa chamada AUTORIDADES CONSTITUÍDAS? Não sabe que tem de conhecer as leis do país? Não sabe que existe uma coisa chamada EXÉRCITO BRASILEIRO que o senhor tem de respeitar? Que negócio é este? Então é ir chegando assim sem mais nem menos e fazendo o que bem entende, como se isso aqui fosse casa da sogra? Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro: dura lex! Seus filhos são uns moleques e outra vez que eu souber que andaram incomodando o general, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar gringos feito o senhor.

Tudo isso com voz pausada, reclinado para trás, sob o olhar de aprovação do escrivão a um canto. O sueco pediu (com delicadeza) licença para se retirar. Foi então que a mulher do sueco interveio:

— Era tudo que o senhor tinha a dizer a meu marido?

O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.

— Pois então fique sabendo que eu também sei tratar tipos como o senhor. Meu marido não é gringo nem meus filhos são moleques. Se por acaso incomodaram o general ele que viesse falar comigo, pois o senhor também está nos incomodando. E fique sabendo que sou brasileira, sou prima de um major do Exército, sobrinha de um coronel, E FILHA DE UM GENERAL! Morou?

Estarrecido, o delegado só teve forças para engolir em seco e balbuciar humildemente:

— Da ativa, minha senhora?

E ante a confirmação, voltou-se para o escrivão, erguendo os braços desalentado:

— Da ativa, Motinha! Sai dessa...

(postagem 194)

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Qual bicicleta devo comprar?

Bike














Qual bicicleta devo comprar?


Fonte: http://www.euvoudebike.com

Sem nenhuma sombra de dúvida, escolher uma bike para comprar é hoje uma tarefa das mais complexas!

Com tantos modelos e especificações disponíveis no mercado, é muito comum nos depararmos com uma grande dificuldade em selecionar qual é o modelo ideal para nossa aquisição. Normalmente recorremos a “amigos ciclistas”, ou a lojistas experientes. Não que estes não estejam habilitados a nos ajudar, mas o melhor é termos ao menos alguma base do que procuramos, inclusive para ajudá-los melhor em sua seleção.

Nosso objetivo aqui é trazer esta base! A primeira dúvida é: devo comprar uma Mountain Bike (mais comum em nosso país), uma Speed (bicicleta de estrada, aquela com os pneus finos), uma Híbrida/ Urbana (modelo cujo uso vem crescendo cada dia mais), uma Elétrica ou uma Dobrável?

Basicamente, a escolha de uma bicicleta vai depender muito de seus próprios gostos, bem com do tipo de terreno e distância você pretende pedalar. O orçamento disponível também conta muito!

A boa notícia é que, seja você é um ciclista urbano, ou alguém que adora trilhas e natureza, ou ainda alguém que quer pedalar horas a fio numa linda estrada, há uma abundância de modelos para você!


Mountain Bike (MTB) :

Com uma posição de pilotagem mais ereta, quadros super resistentes e a opção de levá-la para trilhas e passeios “off-road”, as mountain bikes (MTBs) são uma escolha bastante popular para os ciclistas recreacionais. Muitos também apreciam o poder dos freios a disco típicos das MTB, bem como seus sistemas de suspensão, que muitas vezes se traduzem por um conforto maior.

Mas os pneus com cravos que as tornam excelentes para terrenos acidentados, são péssimos nas cidades, quase que “segurando” no asfalto,e , muitas vezes, anulando a vantagem dos materiais de quadros, rodas e componentes mais leves, comuns nas Mountain Bikes mais “tops”. Se a sua utilização foi maior na cidade e você fizer questnao deste tipo de modelo, a solução é colocar pneus “slick” (liso) e mais fino. E se você for pedalar apenas em trilhas leves, não há necessidade de uma MTB “full-suspension” (suspensão dianteira e traseira), caso contrário, você estará pagando por uma tecnologia que utilizará pouco, e que certamente trará mais “peso” a bicicleta.

Portanto, as MTB são indicadas para trilhas e passeios “off road”.

Prós: Freios, posição de condução, resistência, versatilidade;

Contras: pesadas, lentas em asfalto, “chamativas” para os ladrões devido aos seus grafismos e valores.


Speed (Estrada)

Leves, rápidas e elegantes, as bicicletas “Speeds” (de corrida/ estrada) tornaram-se o transporte principal para toda uma geração de ciclistas (quem se lembra da Caloi 10?), por terem sido “inventadas” em um período onde não existiam bicicletas urbanas. A bicicleta de estrada “cobre” longas distâncias em um ritmo cadenciado e potente devido também aos seus pneus finos e rodas, componentes e quadros leves. Porém da mesma forma que eles ajudam a torná-la rápida, também pode torná-la mais vulnerável a danos em consequência de ruas mal conservadas. Infelizmente, os “ladrões” também “adoram” estes modelos, devido ao seu alto valor de mercado.

Prós: rápida, eficiente e divertida

Contras: pode ser frágil, pneus fáceis de furar, posição de condução desconfortável e “chamativas” para os ladrões devido aos seus grafismos e valores.


Híbrida/ Urbana:

As bicicletas híbridas/ urbanas têm a posição de pilotagem mais “neutra” (ereta) e confortável. As bicicletas híbridas “puras” combinam a velocidade das rodas aro 700C finas,  com a posição de pilotagem ereta de uma bicicleta de montanha, como se fosse uma “speed” misturada a uma “MTB”. Mas os detalhes podem variar e muito!

Você pode encontrar desde freios do tipo “v-brake” até os sofisticados freios “a disco”  das MTBs nesta categoria. Normalmente, os componentes e conjuntos privilegiam a robustez e a baixa manutenção frente ao peso e a performance. Como são bicicletas para o nosso “dia-a-dia”, também é muito comum termos racks para transportes de alforges e demais “tralhas” urbanas. Também é muito comum a presença de “pára-lamas” e sistemas de iluminação.

Se você pretende pedalar rapidamente em boas estradas e ruas, porém numa posição mais ereta e confortável (que se traduz também por menos performance devido a aerodinâmica e peso do conjunto), com a possibilidade de transportar pequenas cargas, certamente as bicicletas “híbridas” são para você!

Agora se o seu “pedal” for mais leve e suave, porém conforto, resistência da bicicleta, baixa manutenção dos componentes e capacidade de transporte for fundamental em seus deslocamentos, prefira uma bicicleta urbana (como a da imagem acima, por exemplo, que está equipada com um sistema de câmbio interno modelo“Shimano Nexus”).

Prós: bastante rápida (híbridas), versátil (urbanas), posição de pilotagem confortável

Contras: pode ser quase tão frágil como bikes speed (híbridas), peso do conjunto (urbanas)


Dobrável:

Mais adequada para trajetos curtos – especialmente onde existe dificuldade em estacionar a bike em seu destino – ou para comutar (completar) o seu pedal com outros modais (metro, trem, ônibus, etc), as bicicletas dobráveis são bastante populares entre os ciclistas urbanos.Os modelos mais compactos vão caber até sob sua mesa de trabalho, podendo ser levados em um trem ou ônibus mesmo na hora do rush.

Uma bicicleta dobrável nunca será como uma bicicleta “convencional” em termos de performance e conforto, devido as suas características (roda pequena, distância entre-eixos curta, poucas marchas), porém, as dobráveis mais modernas e mais “top” surpreendem e muito nestas duas características, quase se equiparando a modelos convencionais.

Prós: convenientes para armazenar e transportar em outros modais;

Contras: mais lenta e pesada do que uma bicicleta convencional


Elétrica:

Com o auxílio extra de um motor de 250W, por exemplo, as bicicletas elétricas são ótimas opções para os ciclistas que precisam chegar ao trabalho em um estado “menos suado”. Também ajudam muito em subidas, ou se o seu condicionamento físico não está “lá estas coisas”…

Apesar da polêmica sobre “se elas são bicicletas ou ciclomotores” (nossa legislação ainda é muito obscura, principalmente devido a novidade do tema), elas vêm sendo cada vez mais utilizadas, principalmente nos grandes centros urbanos.

A maioria delas são projetados para serem confortáveis e fáceis de se conduzir. Também possuem as características urbanas (para-lamas, bagageiros e sistema de iluminação) necessárias para uma boa utilização como meio de transporte.

Elas ainda são pesadas e caras. No entanto, com o desenvolvimento da tecnologia, a tendência é que elas fiquem cada vez mais baratas e leves.

Prós: Condução fácil e agradável, confortável

Contras: Necessidade de recarga de bateria (atualmente ainda demorada), mais pesadas e caros que uma bicicleta convencional.


(postagem 193)