quarta-feira, 30 de julho de 2014

Flávio Venturini

Música















Flávio Venturini

Flávio Venturini nasceu em Belo Horizonte, em 23 de julho de 1949. Descobriu a música aos 3 anos de idade. Aos 15 anos começou sua formação musical. Acordeon foi o seu primeiro instrumento. Logo depois ganhou de seu pai um piano, e assim começou seus estudos na Fundação de Educação Artística" de Belo Horizonte, onde estudou percepção musical e piano.

Iniciou sua carreira como tecladista na noite e em bandas mineiras como The Shines, Crisalis e os Turbulentos. É nessa mesma época que participa de festivais estudantis.

Ao lado de Beto Guedes, Tavinho Moura, Toninho Horta, Vermelho, Zé Eduardo entre outros, participa dos shows intitulados “Fio da Navalha” e dá início ao processo embrionário do que viria a ser o Clube da Esquina.

Foi revelado nos anos 1970 pelo movimento Clube da Esquina, que também revelou Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, entre outros.

Participou do grupo musical O Terço , entre 1974 e 1976, antes de criar em 1979 o grupo 14 Bis, pelo qual fez sucesso entre 1980 e 1989, quando saiu do grupo para seguir carreira solo , também com grande sucesso.

Entre seus principais sucessos, como compositor ou intérprete, estão "Todo Azul do Mar", "Linda Juventude", "Planeta Sonho", "Nascente” e "Espanhola" (parceria com Guarabyra, da dupla Sá e Guarabyra), que é sua música mais conhecida e foi um grande hit entre 1986 e 1987.

Flávio Venturini tem lindas composições e escolher uma entre elas seria muito difícil, isso se entre elas não estivesse uma das minhas músicas prediletas, linda, tocante. Um poema magistralmente musicado: Todo Azul do Mar.

Todo Azul Do Mar
(Flávio Venturini)

Foi assim, como ver o mar
A primeira vez que meus olhos se viram no seu olhar
Não tive a intenção de me apaixonar
Mera distração e já era momento de se gostar

Quando eu dei por mim nem tentei fugir
Do visgo que me prendeu dentro do seu olhar
Quando eu mergulhei no azul do mar
Sabia que era amor e vinha pra ficar

Daria pra pintar todo azul do céu
Dava pra encher o universo da vida que eu quis pra mim

Tu...do que eu fiz foi me confessar
Escravo do seu amor, livre pra amar
Quando eu mergulhei fundo nesse olhar
Fui dono do mar azul, de todo azul do mar

Foi assim, como ver o mar
Foi a primeira vez que eu vi o mar
Onda azul, todo azul do mar
Daria pra beber todo azul do mar
Foi quando mergulhei no azul do mar

Vamos ouvir?


Ouvir












https://www.youtube.com/watch?v=c-FvK20uZwY


(postagem 168)

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Treinos em subidas: torne-se um corredor mais forte

Corridas e Caminhadas













Treinos em subidas: torne-se um corredor mais forte

Fonte: http://o2porminuto.ativo.com/corrida-de-rua

Saia da rotina e torne-se um corredor mais forte e resistente treinando de forma correta em trajetos de subida

Quando as corridas de 5 km e 10 km ficam rotineiras e, por vezes, até “facinhas”, é normal que o instinto de corredor dentro de você exija novos desafios. Logo vem à mente aumentar a quilometragem dos treinos para encarar grandes provas, como as de 15 km, 16 km e 21 km. Ofertas de competições no cenário atual de corrida de rua, afinal, não faltam.

Não existe, entretanto, hora certa para adicionar mais volume à sua rotina. Se você acha que ainda não está preparado para correr uma grande distância, talvez deva tentar outra abordagem para tornar seus treinos mais prazerosos. Variar o trajeto, buscar pequenos desafios e optar por novos exercícios em seu treinamento são boas formas de escapar da mesmice e acrescentar uma pitada de desafio em seu planejamento.

Uma boa opção para você que já corre há um tempo e busca por um “algo a mais” é adicionar  algumas subidas em sua planilha. Benefícios não faltam. Além de servirem como ótima variável, os aclives vão deixar o seu corpo mais forte, por conta do maior recrutamento de fibras musculares, e ainda vão melhorar seu rendimento, já que elevam a frequência respiratória e tornam seu sistema cardiovascular mais resistente.

Bastará um treino específico por semana para você estar apto a superar aquela prova com subidas assustadoras e, de quebra, se tornar um corredor ainda melhor. E aí, preparado para subir?

1) Os treinos de subidas devem ser adicionados progressivamente em sua rotina para que todo o seu corpo se acostume, aos poucos, com a ideia de enfrentar as ladeiras. “As primeiras semanas devem se realizar apenas com rodagem (corrida mais leve e ritmada), sem muita velocidade”, enaltece Kim Cordeiro, diretor técnico da assessoria BK Sports.

2) Como a subida exige grande esforço e sobrecarrega a musculatura, no início, nunca realize mais de um treino semanal no terreno. Após algum tempo, aí sim é possível adicionar um segundo exercício do tipo na semana. Depois dessa fase de adaptação, é possível, por exemplo, alternar uma semana com dois treinos de subidas e uma com somente um.

3) Na hora de correr na subida, incline levemente o corpo para a frente, para facilitara movimentação. Dê passadas curtas e mantenha a coluna sempre ereta, para não sobrecarregá-la. Dependendo do grau de inclinação, talvez seja necessário correr na ponta dos pés. Uma boa dica é evitar olhar para os seus pés, mantendo a área cervical (do pescoço) sempre estendida. Isso facilita a corrida e evita desconfortos.

4) Para encarar uma prova recheada de subidas, outra boa estratégia é intensificar o fortalecimento dos membros inferiores por meio da musculação e, depois, aplicar um exercício de corrida forte em aclives (como intervalados, por exemplo). Recomendo que o corredor treine uns dois meses priorizando o trabalho de força na academia e, apenas com a proximidade da prova, substitua esses exercícios por corridas fortes em subidas íngremes.

5) Em provas com subidas, desenvolva seu ritmo de forma mais lenta do que o normal, para estar “inteiro” nas partes mais duras. Para o iniciante, indico que ele aumente em 20 segundos o seu pace com relação às provas planas.

6) Quem sobe também tem que descer. Nessa fase, nada de querer compensar o tempo perdido: vá devagar! Mantenha o corpo estável, os passos curtos e trave o movimento dos braços. Se não houver cuidado nessas condições, você pode se lesionar seriamente, ainda mais depois de uma subida mais puxada ou final de prova. Para finalizar, nunca apoie o pé no chão com os joelhos totalmente estendidos nas ladeiras para não lesionar a região.

(Fontes: Kim Cordeiro, diretor técnico da BK Sports, de São Paulo/Leandro Pessoa Olivério, diretor técnico da LPO Assessoria, de São Paulo)


(postagem 167)


segunda-feira, 14 de julho de 2014

Conto: A garota do jornal

Contos e Crônicas














A garota do jornal

Todo dia à mesma hora ele passava pela mesma esquina. Ele é o que se pode chamar de metódico ao extremo, portanto é certo que todo dia ele passava por ali. É certo que todo dia era na mesma hora. Como poderia nunca ter percebido a presença daquele ser tão radiante, tão cheio de luz?

Lá estava ela. Vinha caminhando sorrindo ao encontro dele, como se fossem íntimos, como se fossem velhos conhecidos que se encontravam no trânsito de uma grande cidade qualquer.

Ele nem ouve o que ela diz. Mas consegue perceber pelos movimentos de seus lábios que, entre sorrisos ela oferece:

 “Aceita um jornal?”

Fica em dúvida entre abrir a janela e pegar o jornal, ou abrir a janela e pegar na sua mão, ou abrir a janela, puxá-la pelo braço e dar-lhe um beijo, ou simplesmente balançar a cabeça negativamente sem sequer ter o trabalho de abrir o vidro.

Escolheu a última opção e em troca recebeu um sorriso de presente. O mais belo sorriso que ele já vira.

Ele se envergonhou do próprio ato. Como pode alguém retribuir com um sorriso tão lindo a alguém que não se dignou sequer a abrir o vidro para dizer “não, obrigado”?

Mas teve que engolir sua revolta porque o semáforo se abriu e os carros da frente andaram, não restando outra alternativa, senão arrancar também com seu carro, deixando para trás aquela garota que seguia, indiferente à sua indiferença, distribuindo sorrisos para todos e jornais para quem quisesse.

Enquanto ela seguiu sorrindo ele seguia se remoendo por dentro, por não ter aproveitado aquela oportunidade mágica de ter retribuído o sorriso, mesmo que fosse para recusar o jornal, mas não podia ter deixado de sorrir também. Talvez abrir o vidro e dizer alguma frase engraçada, daquelas que ela deve estar cansada de ouvir. Mas como saber a reação dela sem ao menos ter tentado?

Passou o dia todo pensando naquele sorriso. Começou a pesquisar sobre amor a primeira vista, técnicas de abordagem de garotas. Parecia um adolescente. Aquele homem de 50 anos se tornara um adolescente apenas pelo sorriso de uma garota. Pelo lindo sorriso de uma garota.

Como poderia nunca ter notado aquela garota? O trajeto dele era sempre o mesmo. Tinha certeza que sempre tinha alguém naquela esquina entregando jornal, mas será que era ela? Como fazer para o dia passar mais rápido, para poder dormir cedo e chegar novamente naquela esquina?

Evidentemente que o dia se arrastou. A noite foi longa, o sono não veio e, consequentemente, a madrugada não acabava nunca. Mas acabou.

Ele se preparou com esmero para o esperado encontro. Não tinha como dar errado, a abordagem já estava preparada e ele tinha um sentimento de que ela iria aceitar seu gracejo e seu convite para esperá-lo no final do serviço. A certeza era tanta que ele gastou até alguns bons minutos da sua madrugada insone para decidir onde a levaria.

A pequena distância entre a sua casa e a esquina do encontro não passava nunca. “Maldito trânsito, que nunca foi tão ruim assim!”

Finalmente avistou seu alvo. A esquina, o carrinho de distribuição de jornais... mas a pessoa que estava distribuindo definitivamente não era sua musa. Era uma garota relativamente bonita, mas certamente não era a “sua” garota.

Abriu a janela do carro e perguntou se só ela estava entregando o jornal. “Sim”, foi a resposta entre sorrisos. “O senhor deseja um?”

Fechou o vidro sem responder e arrancou com o carro, já que o semáforo tinha aberto. Deu a volta no quarteirão e se aproximou da garota do jornal novamente. Dessa vez fez a pergunta mais direta: “Onde está a moça que estava entregando jornal nessa esquina ontem?”. A resposta já não foi tão simpática quanto anteriormente: “Acho que saiu da empresa, senhor. O senhor quer um jornal?”

Novamente não respondeu e arrancou com o carro.

Dias se passaram e ele continuou passando pela mesma esquina procurando a “sua” garota, mas dia após dia se convencia de que perdera sua chance. A garota realmente não apareceu mais.


(postagem 166)

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Mitos e Verdades sobre Trabalho em Equipe

Gestão












Mitos e Verdades sobre Trabalho em Equipe

Fonte: Exame

Tarefas em grupo são um pesadelo para você? Listamos ideias falsas e verdadeiras sobre o perfil de quem curte (ou não) participar de projetos coletivos.

Quem já teve que trabalhar em grupo conhece bem a situação. Discussão após discussão, cada um tem uma opinião diferente sobre o caminho a ser seguido no projeto - e nada sai do lugar. Com a aproximação dos prazos, bate o desespero.

Impacientes com os "pitacos" alheios, muitas pessoas preferem cuidar de suas tarefas sozinhas. Porém, no dia a dia profissional, esquivar-se da colaboração pode ser impossível. Para completar, muitos empregadores reforçam cada vez mais a importância do espírito de grupo.

"O discurso corporativo que enaltece a cooperação é problemático", afirma Edson Carli, especialista em carreira. Para ele, as próprias empresas estão "matando" o trabalho em equipe ao estabelecerem metas individuais, inatingíveis pelo esforço coletivo.

Mas o que fazer se você simplesmente produz melhor na sua própria redoma? O que realmente diferencia os solitários dos gregários? Consultamos alguns especialistas para distinguir mitos e verdades sobre o assunto. Confira:

 "Todo profissional precisa ser capaz de trabalhar em equipe"

MITO. "Toda empresa precisa de especialistas, que podem e devem trabalhar sozinhos", diz Edson Carli, especialista em carreira. De acordo com ele, profissionais que prestam serviços como consultoria, advisoring e educação de equipes, por exemplo, cumprem muito bem suas funções sem precisar da participação de outras pessoas.

 "O trabalho coletivo é fundamental para a inovação"

VERDADE. Segundo Edson, "várias cabeças juntas pensam melhor" no caso de projetos que envolvem a idealização de novos produtos, serviços e soluções. Para Adriana Tomazinho, gerente de recrutamento e seleção nacional do ManPowerGroup, a criatividade nasce da experiência que temos com o outro. Por essa razão, a vivência de grupo favorece a ousadia e a inventividade no trabalho.

 "A capacidade de trabalhar em grupo é inata: ou você tem, ou não tem"

MITO. "Existe uma diferença entre o eu pessoal e o eu profissional", diz Edson. Isso significa que, mesmo que você tenha um temperamento autossuficiente, é possível aprender a trabalhar em equipe. Segundo o especialista, no mundo corporativo existem papéis que podem ser assumidos com o treino - assim como no caso de atores que "vestem" outras personalidades depois de muito ensaiarem.

 "Para trabalhar bem com outras pessoas, você precisa ter afinidade com elas"

MITO. "Quando você está produzindo algo em equipe, a diversidade é um ponto a favor do sucesso", afirma Adriana Thomazinho, do ManPowerGroup. É importante respeitar as individualidades presentes no grupo para tirar o máximo proveito da interação entre elas.

"Pessoas tímidas não conseguem trabalhar em equipe"

MITO. Introvertidos podem contribuir - e muito - para um projeto coletivo. "Num ambiente saudável e aberto à participação de todos, mesmo os tímidos são capazes de expor e defender suas opiniões", diz Adriana. Para ela, tudo depende da habilidade dos gestores em criar condições favoráveis para esse movimento.

"Profissionais que preferem trabalhar sozinhos tendem a ser líderes naturais"

VERDADE/MITO. "Impaciência, autodidatismo e inteligência são características que tipicamente aparecem em um profissional que sofre para produzir em grupo", afirma Edson. Na opinião do especialista, esse também é o perfil do líder valorizado atualmente.

 "Com a agressividade do mercado e a tendência à verticalização, chefes democráticos demais estão perdendo espaço", opina. Já para Adriana, o modelo não se aplica em todos os casos. "Há empresas em que o líder precisa ser aberto à contribuição da equipe para ganhar o jogo", conclui.


(postagem 165)


quarta-feira, 9 de julho de 2014

Cálice

Chico e sua música














A cabeça privilegiada de Chico Buarque nos premiou com belíssimas pérolas que já foram analisadas por diversas mentes, brilhantes ou não. Porém a ideia aqui não é fazer uma análise poética ou musical de suas canções, mas sim brincar com as letras sempre inteligentes desse autor e tentar entender o que ele disse nas linhas e/ou nas entrelinhas. Enfim, pesquisando e analisando, busco aprender um pouco mais sobre meu ídolo.

Cálice

Fonte principal: Livro: Chico Buarque (Análise poético-musical) de Gilberto de Carvalho

Esta música, de autoria de Chico e Gilberto Gil, somente pôde ser gravada em 1979, embora ela já existisse desde 1973, ocasião em que houve a tentativa de apresentação no "show" Phono 73. Nesta ocasião a música foi proibida pela Censura exatamente na hora em que Chico e Gil iam apresentá-Ia. E, segundo Adélia Bezerra de Meneses Bolle, para impedir que a palavra 'cálice' (cale-se) fosse pronunciada, cortaram o som de todos os microfones, um após o outro. Chico, com raiva, começava a cantar num deles, o som era desligado; ele pegava o outro, também faziam o mesmo, e outro, e outro. Assim, para que ninguém ouvisse 'cale-se', a censura levou aquelas três mil pessoas presentes ao 'show' a verem o 'cale-se' dramaticamente concretizado nos microfones calados".

Trata-se de uma letra cheia de metáforas usadas para contar o drama da tortura no Brasil no período da ditadura militar.

Os dizeres "Pai, afasta de mim este cálice", que funcionam como um estribilho, são provenientes da Bíblia. O que não impede o autor de sugerir um palavrão ("filho da puta"), haja vista a substituição por "filho da outra" - sugestão essa reforçada pelas rimas com "escuta" e "bruta". A realidade é chocante, para o sujeito do discurso, daí ele querer "outra realidade menos morta".

Como não quer compactuar com o prazer servido à custa da matéria humana (sangue), diz para o Pai (entidade que aí tem múltiplas significações - a autoridade, o sistema dominante, Deus "mesmo") que afaste o cálice de "vinho tinto de sangue". Afinal, a repressão demasiada, "engordada", não adianta ("De muito gorda a porca já não anda") e os seus instrumentos tornam-se ineficazes ("De muito usada a faca já não corta"). É mencionada sua dificuldade na sua própria tentativa de expressão: "Como é difícil, pai, abrir a porta. Essa palavra presa na garganta".

E se diz que, mesmo esmagadas todas as formas de expressão, ainda "resta a cuca dos bêbados do centro da cidade". Que, como ele, podem questionar a própria vida - que, talvez, "não seja um fato consumado" -, os valores morais ("Quero inventar o meu próprio pecado") e até morrer da forma que lhes convém ("Quero morrer do meu próprio veneno"). Enfim, ter o seu próprio juízo. E ser esquecido.

É uma música tão rica que tem que ser lida e escutada várias vezes para se descobrir novos detalhes.

Calice

(refrão)
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

(refrão)

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

(refrão)

De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

(refrão)

Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguem me esqueça


(postagem 164)

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Como pedalar melhor - Parte 1

Bike













Como pedalar melhor
Parte 1

O assunto é longo e além de longo é importante, portanto vamos tratá-lo em 4 partes.
O que fazer, como fazer, quando fazer... enfim, saiba tudo de “como pedalar melhor” nesses posts que iniciam hoje com a primeira parte e seguem nos dias 21/07, 04/08 e 20/08
Boa leitura!

Fonte: http://www.escoladebicicleta.com.br


A bicicleta, exatamente como a conhecemos hoje, existe a mais de um século. Desde sempre houve competições. Nelas foi desenvolvida uma técnica refinada de pedalar que basicamente é formada por:
- Encontrar a bicicleta ideal para cada ciclista;
- Tirar o melhor proveito do corpo; e
- Pensar o pedalar de maneira correta.

Pedalar é simples e qualquer um consegue, mas quem aprende e respeita a "cultura da bicicleta" descobre que pedalar bem é uma arte. É mais que um simples equilibrar-se enquanto gira os pedais. São inúmeras técnicas refinadas, a maioria fácil de aprender, outras nem tanto. Fazem uma grande diferença nos diversos usos da bicicleta, seja meio de locomoção, lazer ou esporte.

Pedalar melhor é ir mais rápido, com menos esforço, quase zerando a possibilidade de sofrer um acidente. É entender a bicicleta, a rua, a cidade, o meio ambiente, a si mesmo, o desenvolvimento, enfim a vida de maneira diferente, mais equilibrada, mais sadia, mais fácil.
Refinamento sempre nos mostra melhores caminhos e com o pedalar melhor não é diferente.

Encontrar a bicicleta ideal para o ciclista normalmente é complicado. Há muitas opções. A vantagem de quem está começando é que as exigências do novato são menores, menos detalhadas. Mas nem por isto precisam ser erradas ou impróprias. Com um pouco de informação e paciência é possível comprar a primeira bicicleta sem cometer grandes erros.

O ideal é que bicicleta e ciclista se transformem num conjunto uniforme e harmônico. Para isto deve-se levar em consideração o tipo físico e perfil psicológico do ciclista, e o uso que será dado à bicicleta.

Infelizmente no Brasil a maioria das bicicletas é fabricada em tamanho único; normalmente o 19', mais apropriado para homens que tem estatura em torno de 1,75m. Se você for muito mais alto, baixo ou for do sexo feminino, terá problemas para encontrar um quadro apropriado. Portanto, para começar bem, talvez seja necessário gastar um pouco mais do que imagina, mas não se arrependerá.

Tirar o melhor proveito do corpo ao pedalar está relacionado à postura do ciclista na bicicleta, a técnica de condução e a correção de pequenos vícios.
É um processo de auto-conhecimento e auto-respeito.

Pensar o pedalar de maneira correta é tudo para o ciclista, não importa se ele esteja passeando num parque com a família ou competindo. Quanto mais corretamente o ciclista estiver pensando o pedalar, menor será o esforço.

Sem uma bicicleta apropriada para o tipo físico do ciclista é impossível pedalar de maneira correta. Esta questão é absolutamente básica e essencial para o bem-estar e segurança de quem pedala.

Conduzindo uma bicicleta

Calibrar os pneus, sair e depois de uma boa pedalada voltar para casa sem dores. A sensação é ótima.


Encaixe o corpo na bicicleta:

1. tamanho e geometria ideal para o tipo físico do ciclista

2. bicicleta corretamente regulada para o corpo do ciclista

3. o corpo deve estar confortavelmente acomodado e relaxado

4. o pé deve apoiar no pedal com o eixo passando pela linha entre seu joanete e dedo mínimo

5. segure com firmeza o guidão, sem travar os braços

6. ajuste o curso do manete e mantenha sempre os indicadores sobre os manetes


O pedalar básico; cadência:

1. pedale mantendo a sola do pé paralela ao chão. Não deixe o calcanhar cair.

2. mantenha um giro de pedal de pelo menos 60 voltas por minuto (uma volta completa do pedal por segundo). Evite pedalar abaixo deste giro.

3. pedalar com marcha pesada é prejudicial à saúde

4. havendo marchas, tente manter sua cadência (velocidade média do giro das pernas) o mais uniforme possível. Quanto mais regular a cadência, menor o cansaço.

5. mudando a força ou cadência, mude de marcha.

6. deve-se manter ou aproveitar a inércia da bicicleta com o mínimo esforço possível

7. nas bicicletas sem marchas acelere lentamente

8. pedalar em pé nos pedais só com um giro próximo a 40 voltas por minuto.


A bicicleta em movimento:

1. bicicleta devagar e ciclista desligado é a equação perfeita para um tombo

2. quanto mais relaxado o corpo estiver ao pedalar, menor a possibilidade de tombo (relaxado não é desligado!)

3. ciclismo é arte da suavidade: quanto mais suave, melhor a bicicleta mantém o equilíbrio e a inércia

4. mesmo numa emergência não brigue com a bicicleta: corrija-a com delicadeza e sem medo de cair

5. olhe sempre para onde você quer ir: a trajetória da bicicleta acompanha o olhar.

6. não fique sempre sentado no selim: use pernas e braços como amortecedores, mesmo que a bicicleta tenha suspensão

7. bicicleta é uma máquina inercial, portanto aprenda a tirar proveito da velocidade


Freando:

1. o bom ciclista usa o mínimo possível os freios. Ele antecipa todas as suas reações e aproveita melhor a sua inércia

2. na freada forte, apóie seu peso nos pedais, com um pé para frente e outro para trás, deslocando um pouco para trás o corpo.

3. freie sempre com os dois freios: quem pára a bicicleta é o freio dianteiro.

4. freie com antecedência; principalmente quando for fazer uma curva

5. mantenha-se atento e procure o melhor caminho para o momento


(postagem 163)

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Monteiro Lobato

Leituras













Monteiro Lobato

José Renato Monteiro Lobato (1882-1948) foi um escritor e editor brasileiro. "O Sítio do Pica-pau Amarelo" é sua obra de maior destaque na literatura infantil. Criou a "Editora Monteiro Lobato" e mais tarde a "Companhia Editora Nacional". Foi um dos primeiros autores de literatura infantil de nosso país e de toda América Latina. Metade de suas obras é formada de literatura infantil. Destaca-se pelo caráter nacionalista e social. O universo retratado em suas obras são os vilarejos decadentes e a população do Vale do Paraíba, quando da crise do café.

Monteiro Lobato nasceu em Taubaté, São Paulo, no dia 18 de abril de 1882. Alfabetizado pela mãe, logo despertou o gosto pela leitura, lendo todos os livros infantis da biblioteca de seu avô. Desde menino já mostrava seu temperamento irrequieto.

Registrado com o nome de José Renato Monteiro Lobato, resolve mudar de nome, pois queria usar uma bengala, que era de seu pai, que havia falecido no dia 13 de junho de 1898. A bengala tinha as iniciais J.B.M.L gravadas no topo do castão, então mudou de nome, passou a se chamar José Bento, assim as suas iniciais ficavam iguais às do pai.

Ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco na capital, formando-se em 1904. Na festa de formatura fez um discurso tão agressivo que vários professores, padres e bispos se retiraram da sala.

Paralelamente ao cargo de Promotor, escrevia para vários jornais e revistas, fazia desenhos e caricaturas. Em 1911, quando muda-se para Taubaté, para a fazenda Buquira, deixada como herança pelo seu avô.

Publica em 1918, seu primeiro livro "Urupês", que esgota sucessivas tiragens.

Lobato muda-se para o Rio de Janeiro e começa a publicar livros para crianças. Em 1921 publica "Narizinho Arrebitado", livro de leitura para as escolas. A obra fez grande sucesso, o que levou o autor a prolongar as aventuras de seu personagem em outros livros girando todos ao redor do "Sítio do Pica-pau Amarelo".

Em seu livro "Urupês", que foi sua estreia na literatura, Lobato criou a figura do "Jeca Tatu", símbolo do caipira brasileiro. As histórias do "Sítio do Picapau Amarelo", e seus habitantes, Emília, Dona Benta, Pedrinho, Tia Anastácia, Narizinho, Rabicó e tantos outros, misturam a realidade e a fantasia usando uma linguagem coloquial e acessível.

Monteiro Lobato morreu no dia 5 de julho de 1948, de problemas cardíacos.

Vejamos uma fábula de Monteiro Lobato, um dos gêneros que ele escreveu com maestria.


O macaco e o gato
(Monteiro Lobato)

Simão, o macaco, e Bichano, o gato, moram juntos na mesma casa. E pintam o sete. Um furta coisas, remexe gavetas, esconde tesourinhas, atormenta o papagaio; outra arranha os tapetes, esfiapa as almofadas e bebe o leite das crianças.

Mas, apesar de amigos e sócios, o macaco sabe agir com tal maromba que é quem sai ganhando sempre.

Foi assim no caso das castanhas.

A cozinheira pusera a assar nas brasas umas castanhas e fora à horta colher temperos.  Vendo a cozinha vazia, os dois malandros se aproximaram. Disse o macaco:

– Amigo Bichano, você que tem uma pata jeitosa, tire as castanhas do fogo.

O gato não se fez insistir e com muita arte começou a tirar as castanhas.

– Pronto, uma…

– Agora aquela lá… Isso. Agora aquela gorducha… Isso. E mais a da esquerda, que estalou…

O gato as tirava, mas quem as comia, gulosamente, piscando o olho, era o macaco…

De repente, eis que surge a cozinheira, furiosa, de vara na mão.

– Espere aí, diabada!…

Os dois gatunos sumiram-se aos pinotes.

– Boa peça, hem? — disse o macaco lá longe.

O gato suspirou:

– Para você, que comeu as castanhas. Para mim foi péssima, pois arrisquei o pelo e fiquei em jejum, sem saber que gosto tem uma castanha assada…

Moral: O bom-bocado não é para quem o faz, é para quem o come.


(postagem 162)

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Alceu Valença

Música














Alceu Valença

Alceu Paiva Valença nasceu em São Bento do Uma no dia 1 de julho de 1946.

Nasceu no interior de Pernambuco, nos limites do sertão com o agreste. Influenciado pelos maracatus, cocos e repentes de viola, Alceu conseguiu utilizar a guitarra com baixo elétrico e, mais tarde, com o sintetizador eletrônico nas suas canções.

O envolvimento de Alceu com a música começou na infância, através dos cantadores de feira da sua cidade natal. Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga e Marinês, três dos principais irradiadores da cultura musical nordestina, foram captados por ele. Em casa, a formação ficou por conta do avô, Paulo Alves Valença, que era poeta e violeiro.

Recém-formado em Direito no Recife , em 1969, desistiu das carreiras de advogado e jornalista - trabalhou como correspondente do Jornal do Brasil - e resolveu investir na música.

Em 1971, foi para o Rio de Janeiro com o amigo e incentivador Geraldo Azevedo. Começou a participar de festivais universitários.

Em 1980, lançou o LP Coração Bobo, cuja música de mesmo nome fez sucesso nas rádios de todo o país, revelando o nome de Alceu Valença para o grande público.

Em 2009, trabalhou no seu filme Cordel Virtual (a Luneta do Tempo) um musical que não segue a linha de nenhum musical tradicional. No fundo, é um mergulho que faz em sua infância, no seu passado e este tem a trilha sonora das ruas do Nordeste, dos cantadores anônimos, conquistas, violeiros, emboladores, cegos arautos de feira, da música de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, do samba-canção dos anos 50, da música contemporânea brasileira.

Entre seus maiores sucessos estão: Anunciação, Tropicana, La Belle du Jour e Coração Bobo.

Vamos ler e ouvir Anunciação, um dos seus grandes sucessos.


Anunciação
(Alceu Valença)

Na bruma leve das paixões
Que vêm de dentro
Tu vens chegando
Pra brincar no meu quintal
No teu cavalo
Peito nu, cabelo ao vento
E o sol quarando
Nossas roupas no varal

Na bruma leve das paixões
Que vêm de dentro
Tu vens chegando
Pra brincar no meu quintal
No teu cavalo
Peito nu, cabelo ao vento
E o sol quarando
Nossas roupas no varal

Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais

A voz do anjo
Sussurrou no meu ouvido
Eu não duvido
Já escuto os teus sinais
Que tu virias
Numa manhã de domingo
Eu te anuncio
Nos sinos das catedrais

Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais

Ah! ah! ah! ah! ah! ah!
Ah! ah! ah! ah! ah! ah!
Ah! ah! ah! ah! ah! ah!
Ah! ah! ah! ah! ah! ah!

Na bruma leve das paixões
Que vêm de dentro
Tu vens chegando
Pra brincar no meu quintal
No teu cavalo
Peito nu, cabelo ao vento
E o sol quarando
Nossas roupas no varal

Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais

A voz do anjo
Sussurrou no meu ouvido
Eu não duvido
Já escuto os teus sinais
Que tu virias
Numa manhã de domingo
Eu te anuncio
Nos sinos das catedrais

Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais

Ah! ah! ah! ah! ah! ah!
Ah! ah! ah! ah! ah! ah!
Ah! ah! ah! ah! ah! ah!
Ah! ah! ah! ah! ah! ah!


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(postagem 161)