sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Os 14 princípios de Deming ainda valem para os dias de hoje?

Qualidade














Os 14 princípios de Deming ainda valem para os dias de hoje?


http://www.blogdaqualidade.com.br/os-14-principios-de-deming-ainda-valem-para-os-dias-de-hoje/


Em 1986, W. Edwards Deming descreveu 14 princípios no livro “Saia da Crise”, constituindo a sua teoria revolucionária da gestão, que foi um grande sucesso e funcionou como uma ferramenta de mudança organizacional e institucional no Japão pós-guerra. Ainda nos tempos atuais, honramos todas contribuições do Deming para Gestão da Qualidade e a Qualidade da Gestão, e muitos acreditam que este livro foi o mais central e autoritário recurso que influenciou pesquisas de gestão da qualidade nas últimas duas décadas.

Mas será que esses 14 princípios ainda são válidos na era econômica pós 2008? Hoje não esperamos mais um crescimento brusco da economia, a globalização domina o mundo, e a geração de valor e inovação são cada vez mais importantes para quem quer continuar vivo no mercado.

Vamos analisar.

1 – Constância de Propósito

Um dos problemas do século é a falta do foco, a superficialidade, e assim por diante. As pessoas acabam por se comprometer pouco com as coisas e se sentem cada vez menos parte do problema (ou da solução). Se eu não consigo sentar para escrever este artigo sem ser interrompida por meu celular, e parar o que estou fazendo, será que eu realmente consigo manter uma constância de propósito claro no meu trabalho e na minha vida? A questão é que temos boas intenções e às vezes até objetivos bem claros, mas não nos planejamos pra isso, o que torna mais fácil mudar de ideia e atingir um estado de frustração, mesmo tentando se manter competitivo.

2 – Adote a nova filosofia, estamos numa nova era econômica

Estamos numa era diferente de 1950, quando Deming desenvolveu sua filosofia, e não estamos no mesmo lugar que estávamos em 1980, quando ele estava escrevendo e se tornando um guru, mas então, qual é a nova filosofia? Especialistas dizem que é a transformação individual e o afastar da grande perseguição do lucro ilimitado para a entrega de valor e significado, relacionamentos verdadeiros (comerciais principalmente) e sustentabilidade. Mas essa é a teoria que eu concordo, mas qual é a sua opinião?

3 – Deixe de depender da inspeção para atingir a Qualidade

Este princípio resistiu aos muitos anos, e vai resistir ainda por muito tempo ainda. A Qualidade não pode ser executada pelo medo do auditor, medo da não conformidade (neste caso como penalidade, mas não precisa ser) ou para evitar “os caras chatos da Qualidade“, execute qualidade desde o primeiro estágio do produto.

4 – Pare com a prática de aprovar orçamentos com base no preço, avance no sentido de ter menos fornecedores, mas com relacionamentos verdadeiros, baseados em confiança e lealdade.

As técnicas para se avaliar fornecedores mudaram, e se tornaram mais otimizadas, mais robustas (se você não acha isso, sugiro que procure saber dessas técnicas). Mas será que nossas relações com fornecedores são baseadas em confiança e lealdade? Não sei se isso é possível, principalmente em algumas empresas grandes que dificilmente tem relação pessoal com fornecedores. O que você acha?

5 – Melhoria Contínua

Mais uma vez, outro princípio que resistiu ao tempo. A melhoria contínua, tanto no meio acadêmico quanto profissional, tornou-se como ar que respiramos – é algo que você deve fazer, ou então vai morrer. Fim.

6 – Institua treinamento no local de trabalho

Eu não conheço ninguém que acha isso é uma má ideia, mas realmente temos reinventado a forma de treinar, educar, liderar de maneira mais significativa.

7 – Institua Liderança. O objetivo da alta direção deve ser o de ajudar as pessoas, máquinas e dispositivos a executarem um trabalho melhor.

É algo extremamente necessário, mas vejo poucas empresas que dão grande importância para o ato de liderar. Poucas pessoas estudam sobre, tentam aprimorar sua forma de liderar de um jeito que motive a criatividade, decisão e a qualidade. Acredito numa liderança que delega e não larga, que ensina, que forma pessoas melhores e não só ensina práticas.

8 – Elimine o Medo

De todos os princípios, acredito que esse é o que nós temos que dar mais atenção. Avaliação de desempenho ainda é comum, dinâmicas de autoridade ainda são presentes, devido à natureza da relação entre gerente-empregado, mas o medo é agravado durante os períodos de recessão, quando a perda de emprego se torna uma ameaça, o que torna tudo isso um pouco confuso.

9 – Quebrar barreiras entre departamentos

A ênfase no trabalho em equipe ainda é muito necessária. Ninguém consegue chegar a lugar algum completamente sozinho, e equipes conseguem a chegar a soluções criativas quando conseguem se relacionar bem, a inovação e gestão do conhecimento começam a tomar forma.

10 – Elimine slogans, exortações e metas.

Essa questão eu entendo assim: o meu papel de parede dizendo que eu amo qualidade, não faz de fato eu amar a Qualidade. Mas me comprometer com meus planos de ações, não conformidades e a satisfação do cliente me levam ao que eu realmente acredito. Lemas, slogans, objetivos não significam nada quando não a gente não “se encontra” neles. Isso vale para missão, visão e valores também!

11 – Elimine quotas (padrões de trabalho), números, metas numéricas

É possível executar isso? A maioria (se não todas) organizações vem ignorando esse princípio, mas de fato, ia ser muito interessante ouvir algum caso em que se aplica. Se você tem, conta pra gente!

12 – Remova as barreiras que privam as pessoas de seu direito de orgulhar-se de seu trabalho realizado.

Poucas empresas podem dizer que estão ajudando suas equipes a se tornarem felizes e orgulhosas do que fazem. Acredito que há um grande trabalho de psicologia a ser trabalhado por aqui, quem é que está se preocupando com qual resultado isso pode dar. Um trabalhador que realmente se orgulha do que faz pode produzir mais? E como fazer isso de fato? O que você acha?

13 – Institua um forte programa de educação e auto-aprimoramento.

Muitas empresas tem investido muito em educação continuada. Por mais que a gente tenha muito pra caminhar nesse princípio, principalmente com metas individuais de auto-aperfeiçoamento, quando a melhoria não se relaciona diretamente com o papel da pessoa dentro da organização. Por exemplo, quantos gerentes incentivam seus funcionários a seguir um programa de exercícios, se esse funcionário realmente quer fazer um esforço para tornar-se mais saudável? Você vai me falar que isso não é responsabilidade empresarial, mas se alguém consegue instituir disciplina de si mesmo isso não é um ganho? O que você acha sobre isso?

14 – Engaje todos da empresa no processo de realizar a transformação. A transformação é responsabilidade de todo mundo.

É uma verdade. Mas nós realmente sabemos nossa missão para transformar, sobreviver – e prosperar – em uma economia global em que as regras e os interesses estão fundamentalmente mudando? Eu não tenho certeza de que sabemos o que é necessário, o que temos que fazer. Parece que (como sociedade), estamos lutando para atuar sob as mesmas regras e condições econômicas que nos guiaram nos últimos 50 anos ou mais.

O que pensa sobre os 14 princípios do Deming? É possível aplicá-los ainda nos dias de hoje?

(postagem 211)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Batimento Cardíaco na Corrida

Corridas e Caminhadas













Batimento Cardíaco na Corrida

Fonte: http://www.dicasdecorrida.com.br/

O coração é um dos órgãos mais importantes de nosso corpo. De maneira mais simples, o papel do coração é enviar sangue rico em oxigênio às células, na forma de bombeamento da sístole (contração) e diástole (relaxamento) cardíaco.

Durante a atividade física, o ritmo cardíaco aumenta de forma linear com o ritmo do exercício, intensidade do esforço físico, assim como com o aumento do consumo de oxigênio na atividade muscular.

Em adultos normais, com valores de referência do ritmo cardíaco varia de 60 a 80 bpm em repouso, chegando a 100 bpm, conforme estado emocional, atividade muscular, fatores ambientais, uso de medicamento (betabloqueadores/efedrina), ansiedade entre outros fatores. Em atletas altamente treinados, é comum encontrarmos a bradicardia, valores de batimentos cardíacos abaixo de 60bpm. Isso acontece apenas com pessoas que façam atividades e atletas, mostrando um coração mais eficiente e possuindo boa adaptação das centrais cardíacas. Caso você tenha um batimento cardíaco mais baixo e não seja atleta, pode ser sinal de alerta.

Esse ritmo de nosso coração é individual e altera conforme as citações acima. Mesmo no dia de prova, essa excitação cardíaca é aumentada. Devido à expectativa para a prova, alguns atletas já largam com uma frequência cardíaca mais elevada. Porém, para que esse atleta não sinta dificuldade no percurso, após a largada deve se controlar e deixar o ritmo mais constante possível para que o corpo entre em estado estável do exercício e consiga equilibrar o gasto com o consumo.

Assim como valor de referência dos batimentos cardíacos em repouso, a pergunta que se faz é até quanto meus batimentos cardíacos pode chegar na atividade física e qual o valor mais elevado que um individuo pode atingir.

Para sabermos quanto seu batimento cardíaco pode atingir na atividade física, temos que saber qual é o valor máximo e depois qual deve ser a intensidade de trabalho. Para determinar esse valor de frequência cardíaca máxima alcançada para o treinamento e para a atividade física, temos alguns métodos.

Temos algumas equações com base na média populacional dos grupos estudados, e umas das mais utilizadas e conhecida hoje em dia é de Karvonen (1957), que obteve a seguinte fórmula:

220 – idade

Assim,segundo essa fórmula, para uma pessoa de 30 anos de idade a freqüência cardíaca máxima durante exercícios físicos deverá ser 190 bpm.

A formula de Tanaka et al (2000) é uma das formulas recentes que parece ser a mais recomendada para sujeitos saudáveis, compreendendo a seguinte fórmula
FCM=(208-0,7 x idade).

Seguido essa fórmula, para uma pessoa de 30 anos de idade a freqüência cardíaca máxima durante exercícios físicos deverá ser 187 bpm. Ou seja, há uma pequena variação entre os valores, mas eles estão bem próximos.

Essas fórmulas nos dão um indicativo, o que não deve substituir, de maneira nenhuma, uma avaliação médica mais detalhada.

Os métodos de trabalhos diretos: como o exame de ergometria e ergoespirometria fornece, além de uma FCM no esforço, uma resposta mais próxima dos valores de treinabilidade para o individuo e de maior fidedignidade para a montagem dos programas. A ergoespirometria é um dos métodos diretos que nos mostra mais parâmetros de limiares e individualização e especificidade da capacidade do atleta e não simplesmente mensura a resposta máxima cardíaca no exercício e avaliação de anomalias cardíaca.

Precisamos também definir de que forma podemos controlar os ritmos do coração.

Uma das formas mais utilizadas é o monitor cardíaco, composto pelo transmissor relógio e o receptor de fita localizada no tórax. Esse instrumento ajuda a controlar as intensidades para que o exercício seja feito de maneira segura, além de diminuir os riscos de lesão, não expondo o organismo a certas intensidades, e contribuir para uma evolução mais rápida no condicionamento físico. Pois o atleta saberá quando deve correr no ritmo mais médio a forte e quando esta nos treinos de mais volume, mais fáceis. Isso é fundamental para a evolução e supercompensação do treinamento.

Outra forma de mensurar os batimentos cardíacos é pelo método manual, porém esse método é aplicável pré e pós-treinamento. A mensuração pode ser feita na artéria radial e na artéria carótida.

A mensuração deve se realizar na contagem de 15 segundos x 4, ou 10 x 6, na artéria radial, localizada próximo ao dedo polegar. Na carótida, é preciso tomar os devidos cuidados para que não se aperte a região, promovendo semi-oclusão.

Essas informações irão ajudar a entender um pouco mais do treinamento, dessa “maquina” que temos em nosso corpo, controlarmos da melhor forma os treinamentos para que tenhamos uma evolução e ganhos de condicionamento físico satisfatório sem grandes sobrecargas para o organismo.

(postagem 210)

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

5 maneiras de ser menos irritante

Gestão












5 maneiras de ser menos irritante

Fonte:  https://georgenunes.wordpress.com/2014/11/24/5-maneiras-de-ser-menos-irritante/


O primeiro passo para o crescimento de uma boa carreira é reconhecer o quanto suas habilidades sociais são importantes. Por definição, uma carreira é uma super maratona de habilidades sociais.

Para alguém com pouca habilidade social, não é suficiente lidar com o problema; para ter sucesso no trabalho, você precisa de algumas orientações, fazer a ponte entre suas habilidades sociais e a dos outros.

Assim aqui estão algumas regras concretas para se sair melhor no trabalho, se você tem a síndrome da inabilidade social.


Passe uma quantidade limitada de tempo com as pessoas.

Uma das coisas que é alarmante para as pessoas com habilidades sociais é como alguém com a síndrome têm tão poucos amigos e relacionamentos.

Nunca ouvi alguém com inabilidade social reclamar disso, não é algo que sentimos como uma perda. Nós só precisamos de uma pequena quantidade de intimidade com os outros em nossas vidas.

A maneira de lidar com isso é passar menos tempo com as pessoas. Podemos ser normais em pequenas doses. Podemos ser encantadores em pequenas doses. Então, saia para jantar, mas, em seguida, vá para casa. Vá ao piquenique da empresa, mas fale com as pessoas só um pouco. Em seguida, saia.

No trabalho você não precisa gastar muito tempo com as pessoas. Você pode ser o inteligente, mas estranho, contanto que não seja muito estranho. Conviva com as pessoas um pouco. Em seguida, volte para sua sala.


Não fale com o seu chefe sobre sua deficiência.

As pessoas não se preocupam com os seus problemas pessoais. Além disso, seu chefe não vai saber o que fazer.

Em vez disso, faça perguntas ao chefe sobre situações sociais. Devo enviar um e-mail de agradecimento a esse cliente? Se ele disser sim então você faz.

Quando faz perguntas específicas sobre situações sociais, seu chefe percebe e fica mais tranquilo que você está ciente do problema e que aceita conselhos. Isso ajuda quando seu chefe observar você agindo como um idiota social. Você vai diferenciar-se da multidão quando pedir ajuda.


Seja muito bom no que faz.

Eu escrevo obsessivamente sobre o quão importante é ser uma estrela no trabalho. Na verdade é mais importante para pessoas com inabilidades sociais. Esta é a única maneira de permanecer empregável. Você sempre vai ser difícil de lidar. Você precisa fazer valer a pena o tempo dos outros.

Muitas vezes, as pessoas que são agradáveis não precisam ser boas no que fazem. As pessoas adoram estar ao redor delas. E é justo, porque alguém que todo mundo gosta, na verdade, faz a equipe mais produtiva.

As pessoas que se destacam, que são ótimas no que fazem muitas vezes são estranhas e pensam de maneira diferente. É o que faz elas se destacarem. Assim, quanto mais você é bem sucedido em sua carreira, mais é esperado que seja um pouco diferente.


Faça a política de escritório sendo totalmente direto.

Existe a política de escritório em todos os escritórios. Porque a política de escritório é o que faz as pessoas se darem bem. Se você tem a síndrome da inabilidade social, não tem como reconhecer todas as sutilezas sociais que ocorrem em um escritório: o vingativo, o agressivo, o passivo, é tudo muito complicado. Então, não jogue esse jogo, seja transparente e direto. Infelizmente, muitas vezes vai parecer que você é insensível.

Você precisa olhar para o rosto das pessoas. E se você tem uma reação ruim quando diz algo a alguém, mesmo se você achar que não é uma coisa ruim para dizer, você precisa parar e se perguntar se você feriu os sentimentos dessa pessoa.  Me pergunto isso quatro ou cinco vezes ao dia. “Você está com raiva?” A maioria das vezes as pessoas se surpreendem que eu não saiba. Mas eu continuo a perguntar. Não há outra maneira de descobrir.


Não fique frustrado pelas regras.

Recentemente, eu estive lembrado sobre o quão difícil é aprender as regras de namoro. Eu ficava frustrado sobre o namoro. Eu não entendia por que as pessoas bebem em um encontro. Eu não entendia por que não dizer, no início do encontro, que você quer ter relações sexuais e dizer só no final.

O melhor a fazer é apenas fazer o que as outras pessoas estão fazendo. Não faz sentido, mas tente se encaixar.

Existem regras como estas também no escritório. Simplesmente as siga. Não pergunte por que existem. Não vão fazer sentido mesmo, mas tudo bem.

(postagem 209)

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Eça de Queiroz

Leituras













Eça de Queiroz

Eça de Queiroz (1845-1900) foi um escritor português. "O Crime do Padre Amaro" foi o seu primeiro grande trabalho, marco inicial do Realismo em Portugal. Foi considerado o melhor romance realista português do século XIX. Eça foi o único romancista português que conquistou fama internacional nessa época. Foi duramente criticado por suas críticas ao clero e à própria pátria. A crítica social unida à análise psicológica aparece também nos livros "O Primo Basílio", "O Mandarim", "A Relíquia" e "Os Maias".

Eça de Queiroz nasceu no dia 25 de novembro, na cidade de Póvoa de Varzim, Portugal. Filho do brasileiro José Maria Teixeira de Queiroz e da portuguesa Carolina Augusta Pereira de Eça. Ingressou em 1861 na Universidade de Coimbra, onde em 1866 se formou em Direito.

Exerceu a advocacia e o jornalismo em Lisboa. Em Lisboa revelou-se como escritor no folhetim da Gazeta de Portugal. Em 1870, com a colaboração do escritor Ramalho Ortigão, escreveu o romance policial "O Mistério da Estrada de Sintra", e em 1871 "As Farpas", sátiras à vida social, publicadas em fascículos.

Em 1873 ingressa na carreira política e em 1872 é nomeado cônsul em Havana, e em 1874 é nomeado cônsul na Inglaterra.

O romance "O Crime do Padre Amaro", publicado em 1875, foi o marco inicial do Realismo em Portugal. Nele, Eça faz uma crítica violenta da vida social portuguesa, denuncia a corrupção do clero e da hipocrisia dos valores burgueses. A crítica social unida à análise psicológica aparece também no romance "O Primo Basílio", publicado em 1878, em "Mandarim", 1880, e em "Relíquia", 1887.

Em 1888 foi nomeado cônsul em Paris, ano que publica "Os Maias". Nesse romance observa-se uma mudança na atitude irreverente de Eça de Queiroz, o autor "deixa transparecer os mistérios do destino e as inquietações do sentimento, as apreensões da consciência e os desequilíbrios da sensualidade"

Surge então uma nova fase literária, em que Eça deixa transparecer uma descrença no progresso. Manifesta a valorização das virtudes nacionais e a saudade da vida no campo. É o momento dos romances "A Ilustre Casa de Ramires" e "A Cidade e as Serras", e o conto "Suave Milagre" e as biografias religiosas.

José Maria Eça de Queiroz morreu em Paris, no dia 16 de agosto de 1900.

Vamos ler um trecho do conto “O Milhafre”, publicado no livro “Últimos Contos”.


O Milhafre
(Eça de Queiroz)

Um dia um homem entrou numa casa arruinada. No portal havia um nicho com um santo de pedra, que lia uma Bíblia, também de pedra, Em redor, na beira dos telhados, nas fendas das pedras, no canto do nicho, havia ervas molhadas e verdes, e ninhos de andorinhas. O santo tinha sempre as suas pálpebras de pedra descidas sobre o livro sagrado. Passavam as cavalgadas, os enterros silenciosos, os noivados, os cortejos, a pompa dos regimentos, e o santo lia atentamente o seu livro de pedra.

Vinham defronte dançar saltimbancos, passavam as frescas serenatas, vinham dos montes rebanhos e ceifeiras; o santo tinha os seus olhos de pedra sobre as páginas inertes. As devotas, lentas e desfalecidas, beijavam-lhe os pés nus, os homens severos saudavam-no, as crianças olhavam-no com os seus grandes olhos inanimados, os cães ladravam-lhe à calva: o santo, curvado, seguia o espírito de Deus por entre as letras do livro.

Passavam os fardos, os mercadores crestados pela indústria, os poetas lânguidos que desfalecem nas cançonetas, os histriões que cantam nos tablados, mulheres mais preciosas que o âmbar, os sábios, os mendigos, as virtuosas e as melodramáticas: — e o santo lia o seu livro profético.

Ora as torres gloriosas, as bandeiras, os ciprestes — ais de folhagem — os homens, perguntavam entre si: — “Que lê tão atentamente aquele santo, que nem sequer nos olha?” E os enxurros, que passam rosnando, diziam: — “Que lê tão devotamente aquele santo, que nem sequer nos escuta?”

Ora o santo lia assim. De noite, quando as bandeiras caem de sono, quando os homens estão cheios de comida e de inércia — a Lua, que ao nascer é material e metálica como uma moeda de ouro nova, depois, na suavidade do azul, é tão pura, tão imaculada, tão consoladora, como uma chaga de Cristo por onde se lhe visse a alma. A essas horas, uma criança, tão pobre e tão esfarrapada como o antigo pastor S. João, vinha deitar-se junto do nicho do santo. E então, o santo afastava um pouco o livro, e toda a noite ficava cobrindo, com a grande luz dos seus olhos, aquela criança miserável, adormecida sobre as lajes.
(...)


(postagem 208)

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

5 passos para viajar de bicicleta

Bike













5 passos para viajar de bicicleta

http://www.ondepedalar.com/cicloturismo/item/5786-5-passos-para-viajar-de-bicicleta


Dicas para fazer a primeira cicloviagem

Vontade

Primeiro é preciso querer fazer a viagem. 90% de uma viagem com certo grau de aventura é resolvida na vontade.
Por mais preparado, ou por mais que você gaste com equipamentos de primeira, perrengues acontecem. SEMPRE.  E para resolver problemas inesperados é preciso que o espírito esteja preparado para tal. Inclusive pra fazer a viagem só, caso não apareça um companheiro com as mesmas ideias.

Pedalar

É preciso estar pedalando para enfrentar uma viagem. Seja esta viagem autônoma ou guiada por uma agência.
Quando falamos em pedalando, pode até ser spinning em academia ou passeio no parque, mas as pernas precisam ter alguma adaptação para o ciclismo.
O tipo de viagem que você vai poder fazer dependerá do quanto você pedala. Fazer Santiago de Compostela sendo um pedaleiro de parque ou academia, esqueça.
Os exemplos acima, lhe credenciam pra fazer uma viagem guiada e bem leve, talvez só por praias, mas já é um começo.
O ponto ideal para suportar viagens autônomas é estar confortável com um pedal de 40 km durante um dia inteiro.

Pesquisar

Não sendo uma viagem guiada, pesquisar e perguntar é algo fundamental para fazer cicloturismo.
Nada contra o cicloturismo com agências, que é também divertido, mas sair por aí de bike sem ter alguém dizendo onde parar ou o que fazer é algo muito mais rico. E para isso é necessário ser curioso e gostar de descobrir coisa nova todo dia. Esse aprendizado começa antes da partida, perguntando a quem foi, pesquisando e coletando informações.
Alguns diriam que esta etapa seria o planejamento, mas em uma viagem autônoma você decide onde começar e onde terminar para saber a distância. Depois divide esse valor por sua média diária para saber quantos dias pedalando, soma um ou dois de reserva e tem o total de dias. O resto é coletar informações dos lugares por onde vai passar e partir, portanto pesquisar acima de tudo. Ficar fazendo planilha de onde vai dormir todo dia é bobagem.
Deixe a viagem acontecer.

Se equipar

Compra a bike mais cara não é garantia de uma viagem sem problemas mecânicos. Pode ser exatamente o contrário.
Conjuntos mais precisos suportam menos peso e condições adversas. Se algo sofisticado der problema no meio do nada, tudo complica.
Bicicleta de cicloturismo deve ser confortável e resistente.
Nos acessórios, preço maior, pode sim significar mais conforto.
Quanto maior for a viagem, mais um equipamento que resolva de primeira um problema é melhor. Um alforje estanque onde você não precise ficar ensacando duplamente sua roupa, peças de vestuário com tecidos especiais que esquentam e secam rápido facilitam a vida e pesam menos, lanternas que realmente iluminam sem consumir muita bateria, etc.
Pesquise e peça dicas de quem realmente já usou em viagem os produtos. Pitaco qualquer um de grupos de internet sabe dar.

Testar

Quanto achar que tem o kit ideal, teste em uma viagem curta. Se o projeto é um pedal de uma semana, faça um de dois dias usando tudo. De malabike a acampamento. Se for de 20 dias, faça um teste de 4 dias perto de casa. Assim você evita deixar peças de roupa em arbustos no meio do caminho ou fazer doações involuntárias no meio da viagem. Eu já vi isso acontecer.

Depois disso é só marcar a data e partir.
Sempre vai faltar algo, afinal perrengue faz parte da brincadeira.
Improvise, se descubra um revolvedor de problemas como nunca achou que fosse e divirta-se.
O máximo que pode acontecer é você ficar sem voz na volta de tanto contar histórias para os amigos.

(postagem 207)

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Paulinho da Viola

Músca














Paulinho da Viola

Filho do músico Cesar Faria, Paulinho da Viola cresceu num ambiente naturalmente musical. Na sua infância em Botafogo, bairro tradicional da zona sul do Rio de Janeiro onde nasceu em 12 de novembro de 1942, teve contato constante com a música através do pai, violonista integrante do conjunto Época de Ouro. Nos ensaios familiares do conjunto, Paulinho conheceu Jacob do Bandolim e Pixinguinha, entre muitos outros músicos que se reuniam para fazer choro e eventualmente cantar valsas e sambas de diferentes épocas.

Ao longo dos anos 70, Paulinho gravou em média um disco por ano, ganhou diversos prêmios e se apresentou por diversas cidades no Brasil e no mundo. Já nos anos 80, gravou mais quatros discos e manteve-se como um dos principais nomes do samba no país. Nos anos 90, entrou numa nova fase, onde a imprensa e os críticos passaram a vê-lo como um músico mais sofisticado e maduro. Mesmo sem perder seu apelo popular, Paulinho gravou um de seus mais importantes trabalhos, Bebadosamba e montou o espetáculo homônimo.

O trabalho de Paulinho hoje é visto como um elo entre diversas tradições populares como o samba, o carnaval e o choro, além de suas incursões em composições para violão e peças de vanguarda. Um dos maiores representantes do samba e herdeiro do legado de músicos como Cartola, Candeia e Nelson Cavaquinho mostra que está sempre se renovando e produzindo sem abandonar seus princípios e valores estéticos.

Vamos ler e ouvir um dos seus grandes sucessos.


Foi Um Rio Que Passou em Minha Vida
(Paulinho da Viola)

Se um dia
Meu coração for consultado
Para saber se andou errado
Será difícil negar
Meu coração
Tem mania de amor
Amor não é fácil de achar
A marca dos meus desenganos
Ficou, ficou
Só um amor pode apagar
A marca dos meus desenganos
Ficou, ficou
Só um amor pode apagar...

Porém! Ai porém!
Há um caso diferente
Que marcou num breve tempo
Meu coração para sempre
Era dia de Carnaval
Carregava uma tristeza
Não pensava em novo amor
Quando alguém
Que não me lembro anunciou
Portela, Portela
O samba trazendo alvorada
Meu coração conquistou...

Ah! Minha Portela!
Quando vi você passar
Senti meu coração apressado
Todo o meu corpo tomado
Minha alegria voltar
Não posso definir
Aquele azul
Não era do céu
Nem era do mar
Foi um rio
Que passou em minha vida
E meu coração se deixou levar
Foi um rio
Que passou em minha vida
E meu coração se deixou levar
Foi um rio
Que passou em minha vida
E meu coração se deixou levar!


Ouvir












https://www.youtube.com/watch?v=LAEXGgWXphs

(postagem 206)

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Sua empresa precisa de um sistema imunológico!

Qualidade














Sua empresa precisa de um sistema imunológico!

Fonte: http://www.blogdaqualidade.com.br


Todos os organismos vivos têm um sistema imunológico que os defende dos milhões de bactérias, vírus, toxinas e parasitas que tentam invadi-los o tempo todo. É um sistema complexo, formado por várias partes que atuam com enorme autonomia.
Nos seres humanos, por exemplo, o sistema inclui barreiras de defesa como a pele, a saliva e as lágrimas, mecanismos de limpeza, como sistema linfático e elementos de ataque, como uma grande variedade de células brancas e anticorpos.

O sistema imunológico é capaz de agir instantaneamente em qualquer parte do organismo, assim que algum perigo se apresente. Sensores movimentam-se o tempo todo no corpo e reconhecem imediatamente o que é e o que não é parte dele. Diante de uma ameaça, o sistema inicia uma ação local instantânea. Simultaneamente, outros componentes do organismo são colocados em alerta e passam a cooperar para eliminar o problema. O sistema imunológico está o tempo todo em movimento, desde as suas barreiras mais externas (por isso não acordamos pela manhã com uma camada de bolor sobre nós: a maioria das bactérias e esporos que se depositam são eliminados pelas substâncias bactericidas secretadas pela pele) até os anticorpos (que imediatamente migram para qualquer ponto em que o corpo esteja sendo atacado).

As organizações precisam de um tipo de mecanismo que permita o mesmo dinamismo de velocidade e ação que o sistema imunológico, onde a maior parte da energia deve estar alocada a atividades-fim, respostas locais velozes e eficazes. O sistema imunológico não “desperdiça” tempo em racionalizações, explicações, hesitações. Se assim fosse, o organismo não resistiria às sucessivas tentativas de invasões e ataques. Do mesmo modo, as organizações regidas pelo movimento e pela velocidade não desperdiçam tempo com excesso de conversas e explicações. E não é um radicalismo, não é questão de fazer tudo na loucura, é questão de agir para o benefício da atividade-fim com tempo hábil e propício para ganhar competitividade, pois focado na ação e auferem os benefícios de estarem sempre à frente.

Não esquecendo que o corpo humano é um sistema complexo e está hábil para reagir aos perigos e problemas, não vai adiantar você tentar implantar isso na sua organização se o nível de maturidade e competência for baixa, obviamente vai fracassar, por isso é necessária baixa velocidade interna para preparar a equipe e gerar um sistema imunológico capaz de trazer inovações. A velocidade e movimento é resultado de uma ação de competência e comunicação interna muito maior.

(postagem 205)